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Reis Feiticeiros .

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A Torre Rubra de Mechur acaba de ser finalizada e da sua sacada o grande Rei-feiticeiro vislumbra sua cidade. A beleza de suas construções e a subserviência de seu povo é tocante, se tivesse olhos, choraria de alegria. Mais um sonho estava se realizando.

Seu corpo de aço é belo e rico em detalhes feitos em ouro e prata. Sua nova forma é a de um ser humano dotado de quatro braços e um rosto de cavalo. Não que a forma importe, este corpo é como uma veste, não tem importância, o poder que ele possui sim. Um poder que com o estalar de dedos poderia derreter seus servos ou demolir a cidade.

Ser um deus é sublime e o culto que lhe devotam é como uma droga que causa dependência. Ele pode sentir cada fiel e a cada morte uma alma o torna mais poderoso... mais imortal.

Novos Pilares do Poder devem ser erguidos ao norte e ao leste, o poder das almas naquelas regiões deveria ser totalmente absorvido, um desperdício de tantas criaturas patéticas.

O som de passos entrando em seus aposentos chama sua atenção. Seus servos e sacerdotes se aproximam e ajoelham nunca o olhando diretamente. Eles trazem oferendas de cidades distantes e pedem novas ordens a seu deus.

“- Novos pilares devem ser erguidos nas cidades do Norte e Leste, meus fiéis devem receber minhas bênçãos. E deve ser feito ainda neste mês” - fala suavemente Mechur.

“- Sim, meu senhor”. Falam em coro e se retiram humildemente olhando para o chão.

Mais uma vez, Mechur se volta para o horizonte e contempla apreensivo uma idéia sombria que lhe surgira:

“Haverá um dia que somente um deus-rei deverá existir...”

“Somente um deus!”

“Somente Mechur!”


Introdução

Eram magos do segundo ciclo que através do ritual mágico conhecido como Cerimônia de Ascensão, tiveram suas consciências arrancadas de seus corpos e transferidas para esferas de metal cuidadosamente preparadas.

Com isso, obtiveram a capacidade de manipular energias místicas antes fora de seu controle, pois o mais simples encantamento desencadearia tamanha energia que consumiria seus corpos humanos. Estas esferas de metal quando transferidas para um corpo artificial criado por eles, permitiram que se locomovessem e vivessem como qualquer outra criatura.

Seus corpos feitos de uma liga metálica trab?alhada misticamente permitem a alteração da forma de seus corpos de acordo com seus desejos. Muitos foram os “corpos” que ocuparam durante as décadas até a data atual. Formas de animais, dragões, hidras, humanóides, homens, dúzias de braços ou caudas. Chegaram a medir um metro e meio e até três metros de altura.

A limitação de seus corpos se dá pelo volume da esfera e pelo tamanho da criatura. Um dragão seria pequeno se comparado aos reais, uma formiga seria grande como um cão. A massa que compõe seus corpos é o fator limitador do seu tamanho. O volume do interior dos corpos não pode ser muito grande, caso contrário perde o controle dos movimentos e da própria integridade do corpo.

“O tempo é algo que afetada a todos os mortais. Inevitavelmente a morte chega para todos, mas e se o tempo também existir para os deuses?”

“Isso seria o mesmo que afirmar que um dia eles podem vir a morrer. Mas, porque não? O que pretendemos fazer aqui é matar todos os deuses, para que possamos nos tornar os novos deuses deste mundo.”

Danugou, no salão Arcondi, antes da cerimônia de ascensão.

Localização

As Torres Rubras foram inicialmente construídas em algum lugar do Deserto do Norte, onde atualmente existe a Cordilheira dos Deuses. Após o Cataclismo, as montanhas destruíram grande parte das cidades existentes na região.

Anteriormente ao Cataclismo existiam nove Torres Rubras, cada qual erguida para um Rei-feiticeiro. Se ainda existe alguma Torre Rubra usada por um Rei-feiticeiro, esta pode existir escondida entre as montanhas que compõem a Cordilheira dos Deuses.

Um dos locais mais prováveis para se encontrar uma das Torres Rubras é na Ilha do Rei-feiticeiro Marm, na península de Tessaldar.

Geografia

A Cordilheira dos Deuses é uma região montanhosa de difícil acesso. A vegetação local apesar de abundante nos primeiros quatrocentos metros se torna cada vez mais escassa até não existir mais. Os picos mais altos são cobertos pela neve. Lendas falam de uma trilha perdida que cruza as montanhas e chega às regiões mais escondidas e perigosas destas montanhas.

A geografia da Ilha Marm é simples, com a presença de duas grandes montanhas no centro da ilha e uma pequena península. O restante da ilha apresenta alturas médias de 3 a 4 metros acima do nível do mar. Pequenos riachos são encontrados na ilha, principalmente após o período das chuvas.

Clima


Nas Muralhas dos Deuses, o clima é sempre gelado, a temperatura varia de -10º C a -20º C. Ventos fortes castigam as partes mais altas, provocando um frio cortante e paralisante.

A ilha de Marm apresenta uma temperatura média de 28 ºC, com grandes períodos de chuva.

Fauna e Flora


Antes do Cataclismo, a região dominada pelos Reis Feiticeiros tinha uma rica floresta subtropical e a presença de grandes animais como elefantes e tigres. Após o grande Cataclismo, a região foi totalmente destruída.

Tanto a fauna quanto a flora da ilha de Marm foram alteradas, vários espécimes únicos só se encontram nesta ilha. A fauna local possui exemplares como Tigres Brancos e Capivaras.

História dos Reis Feiticeiros

A história dos Reis Feiticeiros começa no primeiro ciclo, quando o mundo ainda era jovem e os deuses andavam entre os mortais, os quais puderam conhecer uma pequena fração dos poderes oferecidos pelos deuses.

Os poderes eram mantidos enquanto o mortal dedicava sua existência à palavra e aos conceitos do deus que representasse. A violação do mais simples desejo do deus acarretaria na imediata perda destes poderes, o que inevitavelmente levava a caminhos muitas vezes desconhecidos e incompreensíveis. Pois o desejo dos deuses nunca é claro aos mortais.

Os poderes concedidos pelos deuses nestes tempos eram maiores que simples habilidades de controlar elementos, davam ao seu portador capacidades que os colocavam entre os semideuses, provocando a inveja e a cobiça de todos que não tinham acesso a esse poder.

O caminho do sacerdócio é duro e muitos desistem nos primeiros passos, mas o desejo de possuir tamanho poder despertou neles interesse em encontrar outros meios de obter poderes.

Foi então que surgiram os primeiros magos. O controle da magia era algo difícil e os primeiros magos desconheciam a natureza das forças místicas e os ritos para seu controle. Muitos foram os que morreram nas primeiras práticas mágicas, consumidos pela magia, dilacerados pela força incontrolável do poder.

Ao contrário dos sacerdotes, que receberam todo o poder, para aprender e controlar a magia, os magos passaram a se associar em grupos afins e iniciaram estudos exaustivos e cuidadosos. Por décadas assim permaneceram, até que seus primeiros membros tiveram o controle de magia simples, algo infantil se comparado aos sacerdotes.

Para evoluir do aprendizado da força mística existente no mundo até seu aperfeiçoamento foram necessários alguns anos. Rapidamente novos e poderosos feitiços foram sendo desenvolvidos e as escolas de magia rapidamente se tornaram grupos secretos, onde a arte mística era passada somente aos iniciados mais fiéis.

Apesar de entender a fome de conhecimento e de poder entre seus filhos, os deuses buscaram, durante seu tempo de permanência entre os mortais, formas de impedir tais progressos. Desta forma, os ritos místicos se tornaram cada vez mais secretos e muitos os consideraram esquecidos ou perdidos nas décadas seguintes.

Quando os deuses assim desejaram, partiram do mundo deixando seus filhos a sós e senhores de seu próprio destino. Aqueles que permaneceram ocultos ressurgiram e com eles um grande grupo de homens e mulheres desejosos pelo poder, e assim as primeiras grandes escolas de magia surgiram.

Vivendo abertamente, as escolas cresceram e assim como seu número, seu poder cresceu também. Mas mesmo dentro destas escolas havia aqueles que buscavam mais do que simples poder, buscavam o poder dos deuses.

Vários pequenos grupos existiram que se dedicaram a buscar os conhecimentos proibidos, mas foi um grupo de iniciados, conhecidos como Arcondi, que mais se dedicou às consideradas artes proibidas.

Os Arcondi

A história dos Arcondi começa com a fundação da cidade de Arcondi, que acabou dando nome ao grupo. Entre as dezenas de assentamentos humanos, a pequena vila de Arcondi em pouco tempo cresceu. De modesta vila de agricultores à cidade, rapidamente prosperou para uma cidade rica em comércio e de grande influência política na sua região.

Neste período os deuses ainda andavam entre suas criações, observando atentamente seus filhos como crianças curiosas. E foi em busca das graças que poderiam ser concedidas pelos deuses, que o rei de Arcondi adotou o deus Palier como o patrono da cidade.

Templos foram erguidos aos deuses, mas Palier tinha destaque e uma biblioteca foi feita em sua homenagem. O rei Lechim buscava meios de trazer bênçãos para sua cidade, para seu povo e teve a feliz idéia de enviar mensageiros para todas as partes do mundo, para todos os povos, com a mensagem selada pelos sacerdotes de Palier. Uma busca pelo conhecimento universal, onde todo o conhecimento, de todas as raças seria catalogado e seria criada uma grande biblioteca destinada a homenagear Palier.

O selo dos sacerdotes de Palier somado ao empenho daqueles que buscavam o conhecimento, permitiu acesso a conhecimentos nunca antes revelados.

Quem contrariaria um pedido divino?

Quem não desejaria com isso obter suas graças?

Não tardou para que em poucas décadas quase todo o conhecimento existente, humano ou não, estivesse catalogado em suas estantes. Centenas, milhares de livros sobre os mais diversos assuntos se amontoavam e muitos afirmavam que o deus Palier andava pelos corredores da biblioteca.

Com o passar dos anos, a biblioteca sofreu várias reformas e foi ampliada várias vezes para abrigar cada vez mais volumes que chegavam. Apesar do auxilio oferecido por muitas cidades e raças, a inveja nunca terminou.

A paz e o convívio harmonioso foram mantidos por temerem a ira dos deuses, mas quando estes partiram, os muitos que desejavam o poder e a glória iniciaram a guerra contra seus irmãos.

Sociedade Secreta de Magos Arcondi

O desejo de poder nunca deixou de existir e após o desaparecimento dos deuses, as sociedades secretas que estudavam a magia ressurgiram com toda a força. Muitas se tornaram públicas e fundaram escolas de magia, outras, porém, mantiveram a clandestinidade.

Estas sociedades secretas continuaram estudos mais aprofundados e até mesmo perigosos. A falta de escrúpulos e o uso de métodos proibidos eram frequentes. Entre estes grupos um em especial se destacou: a Sociedade Secreta de Magos Arcondi.

O grupo tinha aproveitado as guerras e durante décadas vinha acumulando cópias de exemplares de magia de outras culturas, de outras raças, aumentando ao longo dos anos seu conhecimento. Os Magos Arcondi rapidamente venderam seus serviços aos nobres da cidade.

Agora financiados pela nobreza e senhores de vastas terras, os magos puderam realizar experimentos odiosos na busca pelo poder, mas o estudo da magia é uma arte que requer paciência e tempo, sendo perigosa e lenta. Vários membros desta e de outras sociedades de magos perderam suas vidas durante seus experimentos ou envelheceram e morreram sem nunca terem chegado perto.

Os Arcondi, com se autodenominavam, desenvolviam as magias, mas eram os novatos que testavam, o que acarretava a necessidade de grande número de discípulos, pois as consequências eram muitas vezes fatais.

Dentro da própria sociedade secreta um círculo menor, com os mais poderosos magos, comandava a sociedade, num total de nove Arcondi, conhecidos como o Circulo Arcondi.

Durante seus estudos, os Arcondi concluíram que a maior limitação para a busca do poder supremo é a própria carne e o tempo de suas vidas. Magias poderosas foram descobertas, porém nunca praticadas. O poder era grande demais para um simples corpo mortal resistir, mesmo que por alguns segundos.

Após anos de grande dedicação e pesquisas, os nove Arcondi estavam preparados para o poder divino. Estavam preparados para a cerimônia de ascensão em que abandonariam seus antigos corpos humanos e passariam a viver em corpos imortais.

Nesta cerimônia, a alma do mago seria retirada e colocada numa esfera de metal criada para abrigá-la. Este seria o receptáculo para a alma do mago em sua jornada para o poder. Quando destruído o coração, a alma do mago finalmente se libertaria deste mundo e das limitações da carne.

O nascimento dos Reis Feiticeiros

No dia da cerimônia, tudo se encontrava cuidadosamente preparado. As nove esferas que abrigariam as nove almas estavam construídas seguindo cada uma das instruções e as soluções conservadoras já tinham sido adicionadas em seu interior, a fim de manter a alma mesmo sem o corpo físico.

Outra esfera de metal maior foi criada e serviria como uma proteção à esfera de metal que abrigaria a alma do mago. Com conhecimento da metalurgia e dos fenômenos da natureza, desenvolveram um método especial para selar a esfera maior sem o uso de calor de qualquer tipo.

A esfera maior seria oca e com um suporte para a esfera menor que se encontraria no centro, sua função seria garantir maior segurança e proteção a esfera menor, o “coração” do rei-feiticeiro. Uma vez colocada a esfera menor em seu interior e a esfera maior fechada, todo o ar seria retirado, assim selando para sempre a esfera maior. Sobre o buraco de onde o ar foi retirado, um selo de metal foi colocado com o símbolo dos Arcondi.

A esfera com não mais de oitenta centímetros de diâmetro, foi colocada em um corpo artificial, este feito de um metal liquefeito com base em mercúrio e chumbo. Um corpo líquido a princípio, mas que com a adição da esfera, a alma do rei-feiticeiro, assumiria a forma que seu pensamento determinasse. A primeira forma assumida pelos magos Arcondi foi à imagem que tinham deles mesmo, de seus corpos anteriores, mas com o tempo, passaram a manipular suas formas, adquirindo as mais bizarras aparências, de acordo com seu desejo ou propósito.

O conhecimento para a cerimônia de ascensão hoje se encontra perdido no tempo, somente conhecido pelos próprios Reis Feiticeiros. Ao final daquele dia nasciam os Reis Feiticeiros numa afronta direta aos deuses.

O massacre na Sociedade Secreta Arcondi

Temendo compartilhar tal poder, rapidamente começaram a matar os antigos discípulos e membros mais internos da sociedade secreta. Somente os nove poderiam viver, somente eles poderiam conhecer o segredo da cerimônia de ascensão.

Uma das mudanças radicais que os Reis Feiticeiros notaram foi a formação de seus sentidos místicos. Sem seus sentidos naturais, com suas almas enclausuradas dentro de esferas de metal, através da magia passaram a desenvolver sentidos místicos, que lhes permitiram “ver”, “ouvir”, “cheirar”, “falar” e “sentir”.

Algo que permitiu perceber que durante o massacre aos membros da sociedade de magos Arcondi, a cada morte um fluxo de energia mística saia de dentro dos corpos, fruto da alma do individuo, e que era canalizada para outro mundo.

A experiência vista pelos sentidos místicos direcionou os Reis Feiticeiros nas décadas seguintes: a tentativa de canalizar esta energia para seus corpos e aumentar o poder que já possuíam. Foi então, que após muita pesquisa e experimentos, foram criados os Colares Arcondi, um instrumento que permitia absorver a energia das almas e acumula-las de forma a aumentar ainda mais o poder místico que possuíam.

Uma coisa estava certa, apesar do grande poder que os novos corpos permitiam canalizar, ainda estavam sujeitos a uma existência. Haveria um momento em que mesmo as esferas poderiam ser destruídas e todo o poder acumulado em séculos de existência seria perdido.

Apesar de tudo, ainda eram mortais e sabiam que os Colares Arcondi eram parte da solução de sua mortalidade. A energia das almas dos mortos ou da energia vital retirada dos vivos poderia ser usada para que alcançassem um novo patamar, para que se tornassem deuses.

Os novos deuses

Os Reis Feiticeiros descobriram que para se tornarem deuses teriam que absorver e manter uma quantidade de energia mística muito maior. Assim, descobriram que o culto aos deuses permitia que após a morte do fiel, esta energia fosse absorvida pela divindade de devoção aumentando o poder desta exponencialmente. Um ciclo da alma que garantiria a vida e o poder dos deuses.

O Colar Arcondi usado pelos Reis Feiticeiros permitia somente que absorvessem a alma de indivíduos que morressem próximos e os adorassem como deuses. Com o intuito de ampliar sua “rede” de coleta de energias místicas, os magos recorreram aos Pilares do Poder. Grandes monólitos que seriam colocados nas cidades ou templos conquistados, dedicados aos Reis Feiticeiros e que serviriam como coletores e direcionadores desta energia.

Mais do que simplesmente coletores de energia, deveriam ter a energia redirecionada para eles através de um culto semelhante ao dos deuses. Sabiam que só assim alcançariam à divindade, assim como sabiam que os antigos deuses deveriam morrer para que os novos surgissem.

Desde que abandonaram seus corpos, muito tempo já havia se passado. A cidade de Arcondi não mais existia e há muito fora esquecida, destruída em uma das infindáveis guerras que ocorreram durante o segundo ciclo. E pouco a pouco a memória dos deuses foi se perdendo, os humanos, criaturas tão temporais, são seres de mentes fracas e vidas breves em comparação aos elfos e aos anões, e haviam esquecido os deuses, chegando a considerá-los como mitos antigos.

Neste cenário de reinos em queda e ascensão, neste período atribulado, de cultos aos falsos deuses e reis-deuses, somente os elfos e os anões permaneciam fiéis aos antigos cultos.

Os Rindus foram os povos escolhidos pelos Reis Feiticeiros para iniciar o seu domínio dos homens.

Os acontecimentos no Oeste

Os Rindus

Os reinos humanos se formavam e desfaziam com incrível facilidade. A guerra era comum nestes tempos conturbados e poucos eram aqueles que conseguiam formar um reino por muito tempo. Os Rindus foram um dos poucos povos humanos que por mais de cem anos mantiveram um reino com fronteiras definidas e uma cultura emergente.

Os Rindus deram origem ao Reino Vimichir, formado de grandes estados independentes comandados cada um por um Braram, título dado ao governante. Apesar de independentes formavam uma aliança militar e deviam sua autoridade ao rei, senhor da terra e do céu e principal representante dos deuses na terra. Esta aliança militar permitiu a expansão do reino para o Sul e a conquista de novas terras férteis e novas cidades.

Assim como em outros povos, os Rindus abandonaram os antigos deuses e adotaram falsos deuses em forma de animais. Templos grandiosos foram erguidos em homenagem a eles, em especial o Templo da capital Baram, dedicado ao deus Elefante.

Durante o período de sua formação, os Rindus dominaram a planície do rio Gom e exerceram grande influência nos reinos próximos do planalto norte do antigo continente, hoje a região é conhecida como a Cordilheira dos Deuses. Com a ampliação do reino, outros deuses locais foram sucumbindo ao culto aos deuses animais, que se tornou a religião oficial.

Com a morte do rei sem deixar descendentes, os Braram iniciaram um guerra civil pelo controle do reino. A guerra já completava um ano quando os Reis Feiticeiros se apresentaram aos Braram, na forma dos deuses animais de acordo com as imagens dos templos, o que garantiu, junto com o poder que possuíam, total aceitação como deuses.

Os Reis Feiticeiros, agora conhecidos como Deuses-reis, foram adorados e destituíram os pretendentes ao trono, passando eles mesmos a governar o reino. Sob suas ordens o reino cresceu rapidamente e se transformou em um império, englobando outros povos locais.

Grandes cidades, palácios e templos foram erguidos em seus nomes e os Braram os seguiam fielmente. O povo alcançou um período de prosperidade, considerado pelos sábios como o período de ouro de sua cultura. Foi durante este tempo que os Reis Feiticeiros pouco a pouco passaram a mudar de forma, apesar de manter alguns traços dos antigos deuses dos Rindus.

Durante o período das grandes construções, foram erguidas as Torres Rubras, conhecidas como a morada dos Deuses-reis pelos Rindus. A sabedoria e o poder dos deuses trouxeram grande prosperidade para a terra dos Rindus e quando foi convocado para a Guerra Santa, o povo prontamente respondeu.

O período conhecido como a Guerra Santa é marcado por três grandes momentos.

A conquista do Sul

A maioria das cidades humanas localizadas mais ao sul é conquistada em menos de um ano. Os grandes exércitos montados em Elefantes Peregrinos causaram espanto às tropas inimigas. Tais criaturas monstruosas são como fortalezas móveis, e carregam de 10 a 12 lanceiros e/ou arqueiros para combate à distância, mesmo o animal sendo lento possuía tamanha força que era capaz de esmigalhar qualquer coisa que encontrasse pela frente, homem ou animal.

Os povos não-humanos

As raças não humanas, Skorpios, ksaros e Dzarens são descobertas, à medida que a expansão dos territórios ocupados pelas tropas dos Reis Feiticeiros é ampliada mais para o oeste. Estes povos são considerados infiéis, por se recusarem a servir aos Reis Feiticeiros e são exterminados ou usados como escravos nas minas de pedras dos Rindus.

As vitórias só são freadas quando as raças não-humanas se aliam para lutar contra as tropas dos Reis Feiticeiros. Apesar das grandes vitórias, é somente uma questão de tempo para as tropas dos Reis Feiticeiros entrarem no território dos não-humanos.

A Baía Tessaldar

É nesta etapa da guerra que os Reis–feiticeiros entram em contato pela primeira vez com os Tessaldarianos, e suas forças de ataque ou são aniquiladas ou são detidas. A admiração por tais criaturas acaba por estimular os Reis Feiticeiros a criarem os Bestiais e outros seres abomináveis, até então criaturas e seres místicos nunca antes tinham sido vistas, só em lendas.

Uma guerra selvagem toma proporções gigantescas, tais criaturas são lançadas no campo de batalha como feras enlouquecidas.

Os sacrifícios

Não existe mais nenhum reino humano ou cidade-estado no oeste que não esteja sob o controle dos Reis Feiticeiros. Os Reis Feiticeiros buscam meios de aumentar seu poder e ordenam o sacrifício de centenas de milhares em cerimônias nos templos das cidades conquistadas. Milhares morreram em nome da fé. Os Reis Feiticeiros ficam imersos em um poder inebriante. A energia é usada para iniciar o Encantamento das Almas, uma cerimônia que tem como objetivo isolar o mundo de Tagmar dos deuses e dos demônios e desta forma absorver a energia de todas as almas para os Reis Feiticeiros.

A cerimônia só podia ser completada com a colocação dos Pilares do Poder por todo o mundo e desta forma conquistariam a imortalidade. Para esta gigantesca tarefa é iniciado o preparativo para o maior exército que o mundo já viu.

Um exército de 300 mil homens, uma cavalaria de 15 mil homens, 50 mil carros de guerra, 10 mil elefantes peregrinos, 105 mil soldados de infantaria, 30 mil arqueiros e outras tantas criaturas abomináveis. Com este imenso exército, uma logística ainda maior foi armada para alimentar e suprir o exército.

Grandes monumentos são construídos para serem instalados nos territórios conquistados e assim garantir o domínio dos Reis Feiticeiros. Mas quando iniciam a marcha para o Leste, são surpreendidos quando chegavam às estepes centrais por uma luz brilhante, tão cegante que parecia ser o nascer de um Sol.

O céu se abriu e raios cortaram o mundo, o império Rindus, as Torres Rubras e os Pilares do Poder foram destruídos, tragados pelo solo ou soterrados pelas montanhas de rochas que se ergueram formando a Cordilheira dos Deuses. O Cataclismo punha fim ao exército Arcondi e aos Reis Feiticeiros.

Governo

O sistema de governo adotado pelos Reis Feiticeiros é o teocrático, onde eles assumem a figura de Deuses-reis e cada qual governa uma de suas possessões.

Economia

A economia no antigo reino dominado pelos Reis Feiticeiros era uma das mais desenvolvidas, onde os minerais preciosos foram substituídos por moedas feitas de uma liga de ferro com a imagem dos Reis Feiticeiros esculpida nelas. No formato quadrado e com furos em seu interior, as moedas recebiam valores específicos. Servindo como forma de pagamento de mercadorias e salários dos servos.

Relações com os demais povos

Povos Humanos: Império Aktar, Dictineos e Birsos

Os humanos são a fonte de poder para destronar os deuses, portanto, devem ser seus servos e adorá-los como deuses.

Crinsom

Incontroláveis, poderosos e cruéis são qualidades desejadas em um guerreiro, mas nunca em um servo. Uma ameaça que deve ser detida a todo custo, principalmente por causa da sua devoção fanática a Tânis, o que impede que eles se submetam e os adorem.

Bestiais

Filhos ingratos, seres desprezíveis, uma tentativa fútil de alcançar um guerreiro supremo. Um refugo que deve ser eliminado da história.

Tessaldarianos

Considerados como nobres guerreiros e perigosos inimigos que devem ser respeitados. Os Treldorcais se tornaram os seus servos mais fiéis.

História Recente

Quando os céus se abriram e a ira dos deuses se manifestou, ela foi direcionada contra os Reis Feiticeiros. Apesar dos poderes que estes reuniram, quatro dos nove foram destruídos e os demais só conseguiram sobreviver graças ao esforço combinado de todos os demais.

Os Reis Feiticeiros sobreviventes são Mechur, Vrichem, Marm, Danugou e Kumbhala. Fogem da ira dos deuses se refugiando na Torre Rubra de Mechur. A destruição e a morte haviam consumido tudo que haviam conquistado.

Suas terras foram engolidas por toneladas de rocha e soterradas debaixo das montanhas que formam hoje a Muralha dos Deuses. Aqueles que sobreviveram nos meses seguintes tiveram que enfrentar a fome, as doenças e o frio. A sociedade Ringus, que outrora adorara os Reis Feiticeiros, desapareceu e deles não se teve mais notícias. As duas únicas Torres Rubras que foram possíveis de ser recuperadas foram a de Mechur e a de Vrichem.

O Rei-feiticeiro Marm negou-se a permanecer nas fronteiras geladas do mundo conhecido ou dividir espaço com seus outros “irmãos” e migrou para uma grande ilha na saída da Baía de Tessaldar. Lá, construiu seu reino e seu ódio pelos Tessaldarianos. Já no ano seguinte a sua instalação, enviou uma praga em um navio para a baía, uma praga que causaria centenas de mortes e atrasaria seus inimigos na reconstrução de seu reino.

Anos depois, quando já estabelecidos nas montanhas, os Reis Feiticeiros Arcondi iniciaram novos planos. O orbe de cristal feito por Danugou, o corruptor, é enviado para as terras dos Tessaldarianos. O presente foi recebido pelo Dercam do clã dos Treldorcais, que passou a admirá-lo cada vez mais. A magia emitida pelo cristal seduziu e corrompeu o coração do Dercam e em pouco tempo contaminou seu povo. Então, Danugou começou a aparecer nos sonhos do Dercam, retirando noite após noite sua força, tornando-o seu escravo. Criando nele idéias de conquista que levaram os Tessaldarianos à guerra anos depois.

Kumbhala, o sedutor, desejoso de um reino, iniciou a construção da cidadela subterrânea de Chadizar. Um refúgio para seus adoradores e de onde poderia recomeçar a construção de um glorioso reino. Para isso, seduziu adoradores e os atraiu para a base da montanha e os transformou em Chandiz, servos ocultos, criaturas incapazes de ver novamente a luz do Sol e que vivem agora nos subterrâneos da montanha.

Vrichem, o maligno, cria as primeiras criaturas aladas, conhecidas como Feratus. Seus guardas e servos trabalhariam, nos anos seguintes, para ampliar a Torre Rubra e ligá-la à cidade subterrânea de Chadizar.

Desavenças entre os Reis Feiticeiros Arcondi, Vrichem e Mechur, levaram o primeiro ao exílio nas terras Orientais. Vrichem adotou o nome de Orlac, que significa “Flagelo” e lá tentou estabelecer um novo reino, mas encontrou seu fim em um grande combate contra uma princesa de raça desconhecida.

Após as Guerras Purificadoras, onde os Treldorcais são vencidos e expulsos da Baía de Tessaldar, estes são recolhidos pelos Reis Feiticeiros e aceitam se tornar seus servos. Suas mentes se encontram corrompidas pela magia corruptora de Danugou e o desejo de vingança os amarra fielmente às idéias malignas.

Tribos humanas existentes nas montanhas são trazidas pelos servos dos Reis Feiticeiros para se juntar ao grupo como devotos fiéis ou serem transformados em criaturas sem vontade própria a serviço dos Reis Feiticeiros. Dezenas tentam fugir, mas são impiedosamente caçados pelos Treldorcais e pelos Feratus.

Os anos de terror prosseguem e a cada novo ano as forças malignas crescem, formando um exército. Os servos mais devotos são enviados para as cidades humanas do novo império Hictio, com o objetivo de trazer mais discípulos para a causa dos Reis Feiticeiros, fundando a sociedade conhecida como Círculo Hermético de Arcondi.

Por longos anos, os servos ampliaram a sociedade, atendendo aos anseios dos mais corruptos e malignos governantes e poderosos e assim, seduzindo-os para a sua causa. Extorsão, chantagem, suborno e assassinato foram suas armas para dar mais poder a seus associados, que passariam a servi-los por toda a vida.

Quando suas forças se estendiam por toda a cidade, de governantes a ladrões, as tropas dos Reis Feiticeiros desceram a Muralha dos Deuses e marcharam novamente pelo deserto. A ligação mágica entre os bestiais e os Reis Feiticeiros nunca foi desfeita e com a convocação mística, os bestiais foram dominados e trazidos novamente como seus servos.

Um governo corrompido e um exército desestruturado e fragilizado foi o que encontraram as tropas invasoras. As guerras civis que fragmentavam o povo, fruto da conspiração e influência do Circulo Hermético de Arcondi, permitiu que as cidades hictias estivessem fracas e despreparadas, os anos de preparativos deram bons frutos.

Os seis generais magos, que comandavam o Círculo Hermético Arcondi em nome dos Reis Feiticeiros, avançaram com suas tropas, no ano de 710 d.c., sobre as fracas cidades hictias. Mesmo as cidades-estado Birsas não foram fortes o suficiente para enfrentar a força combinada de bestiais, Treldorcais, servos humanos leais aos Reis Feiticeiros e criaturas malignas criadas por eles.

Com o domínio consolidado em várias cidades, um reino de terror tem início, mas mesmo a crueldade imposta sobre os derrotados não impede que um antigo grupo ressurja da clandestinidade, conhecidos como “Paladinos”, e autonomeados Palátinus. Esse grupo de guerreiros com amplos poderes mentais inicia um combate em várias frentes, enfraquecendo sistematicamente os aliados do Circulo Hermético de Arcondi, permitindo revoltas dos subjugados.

Até o ano de 789 d.c., as cidades se encontravam sob o domínio dos Reis Feiticeiros e centenas de pessoas desapareceram misteriosamente, muitos acreditam que foram transformadas em criaturas malignas, outros acreditam que foram levadas paras as terras dos Reis Feiticeiros e vivam como escravos. Verdade ou não, os Palátinus, os Silzastrels e os bestiais libertos do domínio dos Reis Feiticeiros foram diretamente responsáveis pela libertação dos povos e derrota do Círculo Hermético de Arcondi.

Na primeira conquista Arcondi, os Reis Feiticeiros pessoalmente lideraram as conquistas dos povos do oeste. Já na segunda conquista, os Reis Feiticeiros selecionaram seis generais humanos para liderar as conquistas de seu reino. Cabe ressaltar que durante todo o conflito, jamais foi visto nenhum dos Reis Feiticeiros Arcondi, sendo os seis magos generais que respondiam pelos seus mestres.

Principais Cidades e Locais de Interesse

Torre Rubra de Mechur

Torre Rubra de Vrichem

A cidadela de Chadizar

A ilha do Rei-feiticeiro Marm

Personagens locais

Pouco se conhece sobre os Reis Feiticeiros Arcondi, seres de poderes quase divinos, mas não Ilimitados. Imortais, mas não indestrutíveis, eles cruzaram o tempo, conquistaram reinos e hoje são considerados por muitos como lendas.

Seu poder mais comum e usado é:

O Sopro de vida – Se aproximando de sua vítima e com um simples gesto com as mãos, a existência desta se desfaz como uma névoa, desintegrando até mesmo os ossos, que são sugados para o Rei-feiticeiro Arcondi.

Mechur

Marm

Danugou

Kumbhala

Reis Feiticeiros Destruidos

Vrichem / Orlac

Karhou

Simhara

Kaniári

Tulaniu

Generais dos Reis Feiticeiros Arcondi

Morgar

Haakacha

Rifakkur

Solesaib

Alcamar

Isakham

Rumores e Intrigas


O Colar Arcondi

Após a destruição de quatro dos nove Reis Feiticeiros, muitos afirmam que os Colares Arcondi que possuíam foram destruídos com eles, mas existem aqueles que acreditam que não, que tais colares se encontram perdidos, enterrados em algum lugar próximo às estepes vítreas.

Tal colar daria ao seu portador o poder de absorver a energia vital de todos que estivessem em sua proximidade após a morte destes. Somente magos teriam a capacidade de canalizar está energia para aumentar seu Karma.

A cidadela de Chadizar

A cidadela de Chadizar é conhecida nas lendas dos povos do deserto, talvez pelo contato dos vários fugitivos com as caravanas deste povo. As lendas são muitas, de tesouros perdidos que comprariam reinos até criaturas amaldiçoadas que vivem do sangue de humanos. Seres imortais que criam monstros e criaturas pequenas como anões que vivem no subsolo e alimentam-se de larvas.

Em todas as lendas, Chadizar é descrita como uma cidade amaldiçoada e berço de um mal que vive há séculos. Muitos afirmam que os antigos Reis Feiticeiros, não vistos há muito tempo, podem ainda existir neste lugar.

Os servos do mal

Os Feratus, como são chamadas as mais novas criações dos Reis Feiticeiros, são a guarda alada e serva mais fiel. Assim se acreditava no passado, após a derrota dos Arcondi e a volta para a Muralha dos Deuses, muitos Feratus resolveram abandonar seus mestres e viverem na região.

Como criaturas amaldiçoadas são capazes de transmitir para algumas das vítimas que sobrevivem a seu ataque, a maldição que carregam. Esta maldição não acarretaria na transformação em seres alados, mas daria a fome por sangue, algo que alimenta as lendas de vampiros na região.

A Caixa dos Sete Elementos

Criada pelo Rei-feiticeiro Arcondi Marm, é considerada a relíquia mágica mais importante de sua era. A única descrição que se tem da caixa é de que esta teria formato retangular com 1 metro de comprimento por 30 centímetros de largura e não muito mais profunda que 20 centímetros. Seria toda adornada com imagens em alto relevo feitas em ouro, sendo que uma grande serpente cruzaria toda a tampa.

A lenda da caixa fala que todo o objeto que fosse depositado em seu interior e depois retirado, seria transformado em ouro puro. Dizem que na Ilha de Marm há um tesouro grande o suficiente pode comprar todo o Império Aktar e ainda sobraria um vasto tesouro.

A ilha parece ser protegida por um exército de criaturas desconhecidas. Existem aqueles que acreditam que sejam antigos saqueadores que tentaram roubar o tesouro da ilha.

Verbetes que fazem referência

A Magia no Império

Verbetes relacionados

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