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Magos

Detalhamento da profissão: Mago

Autores: Fábio Magalhães (Fábio_CM) e Thaís Simone

Notas do autor
Falar sobre os magos é um tanto complicado porque existem muitos textos sobre magias, cada com um pedacinho do que poderia ser uma boa explicação. Além disso, a cosmologia ainda não está oficializada, e não sei se caberia inserí-la neste capítulo.
Tentei explicar como é possível que raças com diferentes longevidades tenham poderes equivalentes em uma profissão puramente intelectual, como os magos. Gostaria da opinião de todos para ver se a justificativa foi boa ou não, ou se ela precisa de complemento. Apenas ressalto que o fato dos magos viverem mais tempo do que o padrão está subentendido nos textos de todos os livros de colégios. Não sei se fui capaz de transmitir toda a ideia que eu tinha em mente com clareza no papel, então fiquem a vontade para questionar.
No mínimo uns 20% deste texto foi aproveitado de autores anteriores. Então seria ótimo se eles pudessem se manifestar e ajudar também!
Aguardo o retorno.

Obs: O foco deste texto são os magos em geral, a magia e seus efeitos em todos os membros desta profissão. Para informações detalhadas sobre a organização dos colégios, bem como uma descrição mais completa sobre cada personagem apresentado na seção Mestres da Profissão, veja o guia do colégio correspondente.

Obs 2: Este texto foi criado como uma tarefa oficial. Contudo, a parada do projeto em 2013 acabou impedindo-o de ser colocado no site. Como muito tempo se passou, resolvi colocá-lo na Tagmarpedia para não jogar todo o trabalho fora.

Fábio_CM


“A maior riqueza e o maior poder é o conhecimento. Com ele, desafiamos os deuses.”
Autor desconhecido

Introdução


“Em muitas das lendas contadas pelo mundo, certas figuras se ressaltam: os magos, feiticeiros, bruxos, necromantes, etc. Pessoas místicas que usam poderes além da compreensão dos não-iniciados.

Os Magos são indivíduos voltados para o estudo de passagens e escrituras místicas. Eles se consagram integralmente ao aprendizado de formas arcanas de conhecimento. Isso os afasta de outras atividades, prejudicando de certa forma suas Habilidades em outras áreas (por exemplo, mesmo podendo usar armas, eles têm um conhecimento militar mínimo). Outra dificuldade em combate é o problema trazido pelas armaduras: elas impedem a manipulação do "Mana" (energia mística presente no universo) diminuindo o contato do feiticeiro com sua fonte de poder, impossibilitando a execução de seus feitiços. Desta forma, é raríssimo encontrar um Mago usuário de armaduras, sendo os roupões folgados suas vestimentas prediletas.

Contudo, toda esta dedicação não é em vão: eles possuem um vasto arsenal de magias que pode torná-los poderosíssimos. A maior dificuldade de um Mago é resistir à sua fase de iniciante, na qual ele é consideravelmente fraco. Entretanto, à medida que o personagem se toma mais experiente, ele se toma capaz de feitos incríveis e devastadores com a magia.

Isso faz o Mago muito poderoso por um lado, mas com uma única arma, a magia, o que o faz muito fraco por outro lado. Desta forma, estes profissionais da magia são cautelosos e precavidos, e procuram se afastar da Força bruta.

A Aura é a característica mais importante para o Mago, pois, além de ser sua fonte de poder mágico (Karma), é através dela que ele manipula o mana ao seu redor. Um bom Intelecto lhe facilita a compreensão dos textos mágicos e ajuda a memorizar os rituais e encantamentos necessários. Uma Agilidade alta pode ser desejável, assim como um bom Físico; as demais características são apenas secundárias, sendo a Força normalmente desprezada por lembrar a barbárie.”
(Extrato do Manual de Regras)

Não há alma que não deseje algo dessa vida. A maioria, os simplórios, ambiciona o poder que as moedas podem comprar, ou algo simples assim. Claro que o ouro é bem-vindo, mas o propósito dos magos é dominar um poder maior, imaterial. Dotados de uma qualidade ímpar, eles têm a habilidade de reconhecer e manipular esse poder, estudando, desenvolvendo e manejando o arcano.

Os termos “mago” e “magia” se misturam desde que o primeiro passe foi conjurado em Tagmar. E embora o mago, reconhecido como profissão, já existisse no Tempo dos Filhos, a magia em si é tão antiga quanto os deuses ou os titãs A magia é, em essência, a energia que movimenta o universo de Tagmar. O conhecimento sobre suas leis, entretanto, está muito aquém do necessário para que se possa utilizá-la como fora um dia.

Os magos são temidos, adorados e poderosos. Desde sempre eles encantam multidões, causando inveja nos que não podem ser como eles, ódio e medo nos que não entendem a magia, e despertando ambição aos que aspiram se tornar magos.

Existem vários estereótipos de magos ao longo de todo o continente. Entretanto, eles são vistos predominantemente como loucos, egoístas, interesseiros ou apenas complexos demais para a segurança do povo comum. Mesmo assim, eles aparecem como figuras oficiais de governos nos exércitos, bibliotecas, laboratórios de pesquisas ou conselhos. Apesar disso, poucos são os magos que se aventuram com profundidade na política mundana, pois ela toma o tempo, um bem precioso demais para ser desperdiçado com assuntos tão triviais.

Mesmo agindo como contratados esporadicamente, os magos são predominantemente solitários. Seja vivendo isolados em florestas, cavernas, torres, montanhas, como peregrinos camuflados, beduínos misteriosos, curandeiros, alquimistas, oráculos, estudiosos acadêmicos, astrônomos, ou o velho maluco da casa mal assombrada, todos eles são pessoas dedicadas, inteligentes e com um talento inato para o manejo do karma. Por outro lado, não é raro que apresentem níveis variados de insanidade.

Engana-se, porém, os que julgam os integrantes desta profissão incapazes de liderar. O tempo e a experiência fazem dos magos veneráveis e respeitados mesmo com um porte físico nitidamente inferior a grandes guerreiros, fazendo com que sejam ouvidos e seguidos.
Embora outras profissões sejam capazes de manipular o karma arcano, nenhuma o faz com tanta maestria como os verdadeiros magos. Talvez por isso eles sejam pessoas diferentes das demais. Particularmente entre os humanos, a magia arcana dos magos é responsável por grandes alterações ao longo da vida, como você, leitor, logo descobrirá

A aura


Há algo que transpira pelos poros de Tagmar. Uma força mística, antiga, arcana. É tão poderosa que ela se faz oculta aos ingênuos e desavisados. Somente alguns reconhecem essa força na Magia. Poucos têm a coragem necessária para lidar com ela.

A Gênesis deu-se primeiro com os deuses derrotando os titãs, aprisionando uns, destruindo outros. Depois eles criaram o mundo com seu karma inesgotável. Portanto, tudo e todos são constituídos originalmente de karma, frutos de magias e de poderes incomensuráveis. Estas magias deixaram grandes rastros de energia, que até hoje permanecem abundantes sobre a terra, o mar, o ar e todas as formas de vida. Esta energia conserva-se fortemente aderida nos objetos inanimados, mas é emanada por todos os seres vivos. Essa emanação invisível naturalmente é chamada aura.

A aura de cada espécie vivente em Tagmar apresenta suas próprias características e, mesmo dentro da mesma espécie, a aura de cada indivíduo é única. A vida, as experiências, os objetos que se tem contato e, dizem, até mesmo os pensamentos moldam a aura de todos, particularizando cada ser vivo sobre o mundo. Os objetos inanimados, por outro lado, possuem uma fraquíssima e imperceptível aura que pode ser destruída e transformada em karma: a origem dos fetiches arcanos.

Da mesma forma que seres vivos moldam seu karma durante suas vidas, tudo na natureza possui uma aura característica, que adquire propriedades novas de acordo com as alterações do ambiente, embora em escalas de tempo muito maiores. Isso quer dizer que uma área dominada por humanos possuirá um karma remanescente com características que remetem aos humanos; uma área natural terá um karma com características igualmente naturais; e uma área por muito tempo dominada por um demônio possuirá como remanescente o karma infernal. O karma remanescente também é frequentemente referido pelos magos como mana.

Por esses motivos, não é muito fácil explicar o que a magia representa para um místico, pois há uma forte carga de emoção envolvida na relação. O que está oculto aos não iniciados, a ele é perceptível, tornando-o conhecedor de segredos que poucas mentes podem alcançar.

Os tocados pelo dom de reconhecer a Magia desenvolvem uma fina sintonia entre a sua vontade e a magia ao seu redor. Para tanto, todos eles são dotados de uma aura mística muito desenvolvida, com a qual dominam o karma, o alimento para os feitiços. Sem ela, não há a menor possibilidade de que um ser se torne um evocador, por mais que ele sonhe com isso. Os grandes estudiosos conseguem identificar diversas características através de uma análise minuciosa da aura.

Uma aura bem evoluída simboliza uma maior capacidade de manipular a Magia e amplia significativamente o leque de possibilidades tanto para os encantamentos do místico quanto para a intensidade de seus efeitos.

Cabe a cada místico descobrir através de suas próprias experiências como manipular a magia e agir através dela. Quem sabe assim, ele será capaz um dia de conhecer os segredos que o faz distinto do resto dos mortais.

Características


Ser mago é ter a alma marcada por uma aura poderosa. É descobrir, praticar, desvendar o oculto e por à prova seus conhecimentos. O que faz um mago é a sua capacidade de trilhar os caminhos misteriosos em busca do arcano. Esse conhecimento só pode ser exteriorizado de uma forma: através de passes mágicos, encantos e feitiços.

Diferente dos sacerdotes, a magia controlada por arcanos vem de sua capacidade inata de manipular o karma ambiente e não o oferecido por entidades divinas. Diferentes de bardos ou rastreadores, os magos possuem uma ligação muito mais forte com as auras que os cercam e por isso interagem com elas com muito mais facilidade, o que se traduz em uma ausência de fronteiras, ou seja, são capazes de manipular qualquer tipo de mana, como é chamado o karma disponível no ambiente.
Dominando o karma, eles são capazes de conjurar encantos que vão de um simples globo de luz até poderosas convulsões de energia que explodem em mortais bolas de fogo. Para fazê-lo, o mago utiliza gestos e palavras de ordem que convertem mana de objetos em efeitos reais.

Esse poder, no entanto, tem um limite e um preço.

Desenvolver a aura para realização de magias exige tempo, estudos e muita dedicação, sendo imprescindível um mestre. Um místico é capaz de fazer qualquer coisa que tenha aprendido, limitado apenas pela capacidade de sua aura de transformar o karma. Porém, existem grandes dificuldades para se estudar magia, como por exemplo: o medo, o ódio e a preocupação natural do povo comum quanto aos magos que torna a busca do conhecimento uma missão solitária; às várias linhas de conhecimento que surgiram através das eras, espalhando os textos arcanos em diferentes idiomas e com diferentes características; a dificuldade de encontrar um mestre, pois a desconfiança natural – e bem justificada – dos magos faz com que poucos estejam dispostos a aceitar um discípulo; a dificuldade em encontrar informações. Após o cataclismo, os magos que não tiveram suas escrituras destruídas esconderam-nas em locais de difícil acesso, tornando ainda mais difícil resgatar o conhecimento.

Somado a tudo isso, ainda há a grande dificuldade de aprender a decifrar as escrituras arcanas. Apesar de o mago estudar décadas – ou séculos – os mesmos temas, cada ritual é único e cada texto novo encontrado tem suas próprias características. Às vezes o mesmo efeito realizado em níveis mais complexos possui uma diferença nos detalhes de sua linguagem que apenas a esperteza de um mago experiente é capaz de notar. A própria caligrafia característica de diferentes indivíduos é um obstáculo que deve ser vencido quando se estuda magia.

Devido ao exposto, em geral o feiticeiro possui um intelecto bem desenvolvido. Um raciocínio rápido e lógico permite que aprenda e compreenda melhor um maior número de encantamentos, o que faz com que escolaridade seja necessária. Um mago menos provido de intelecto deve dedicar mais tempo aos seus encantamentos para aprendê-los com a mesma eficiência.

A inteligência não é o único responsável por permitir o avanço do mago no estudo arcano. Como tudo que foi mencionado de magia até aqui, é a aura que regula até onde o poder de um mago pode ir. Magos mais experientes possuem uma aura mais desenvolvida, mais apta a dominar e controlar o karma. Logo, ao mesmo tempo em que a experiência torna-o capaz de transformar mais karma em magia, também lhe permite dominar transformações mais complexas dos mesmos encantamentos.

Quanto a suas personalidades, se existe uma característica geral para defini-los, esta é a obstinação. Magos que naturalmente não são dotados de tal qualidade raramente superam a mediocridade. A personalidade será muito importante quando um colégio estiver buscando um novo aprendiz. Pode-se dizer que os magos ilusionistas e os magos do conhecimento precisam ter a mente aberta, embora possam ter qualquer índole. Os magos naturalistas tendem a ser boas pessoas, embora nada no meio arcano seja passível de generalização. Os alquimistas são ambiciosos e ocasionalmente extrapolam os limites tornando-se vis. Os elementalistas tendem a ser presunçosos. Por fim, os necromantes tendem a ser frios e, às vezes, cruéis, embora não seja a regra geral. Os livros dos colégios detalham a ética de cada colégio de magia.

Nos conflitos armados, há uma espécie de preconceito contra os magos por eles evitarem os combates corpo a corpo. Mas a verdade não é bem essa. A distância que tomam do inimigo lhes é bastante desejável, primeiro por simples defesa, pois um mago não é capaz de usar armaduras, sob pena de desequilibrar e inviabilizar sua sintonia com o mana. Além disso, não há razão para um mago ficar na linha de frente, já que ele pode lançar suas magias à distância. Isso que alguns guerreiros teimam em chamar de medo, para o mago denomina-se bom senso. Além do mais, magias destrutivas não podem ser lançadas a um alvo próximo para que esta não acerte o mago, provocando-lhe danos físicos ou a morte, dependendo do feitiço e do poder empregado.

A comunicação entre o mago e outros planos de energia também lhe confere um vasto conhecimento sobre os caminhos e componentes da magia de forma a corroborar para que o misticismo dos magos seja o mais desenvolvido entre todas as profissões de Tagmar.

O Início


Para se tornar mago primeiro é necessário ter aptidão. Lidar com magia necessita dedicação e habilidade, pois este dom está acessível a poucos. Dentre estes poucos, apenas uma parcela possui o talento necessário para tornar-se realmente poderoso.

O despertar de um místico é lento e se dá em um continuo aprendizado.

No princípio, o mago apenas sente. Reconhece as auras que o cercam. Como não é possível deter o sentimento, o mago interpreta sua sensibilidade como algo habitual, trivial. Sente com a mesma naturalidade que anda, fala ou ouve. Na incapacidade de explicar o impossível, alguns se atrevem a cogitar que a magia nessa fase possa ser sentida como uma fina capa de energia rodeando e envolvendo as essências mais profundas do místico e do mundo ao seu redor. Talvez a Magia tenha ramificações mais abrangentes que esta. O fato é que a sensação de ter “algo mais” ao seu redor lhes é premente. Alguns demoram um pouco para se dar conta de que não são todas as pessoas que podem sentir as emanações de energia mística, mas todo mago pressente a força da Magia.

A partir daí, o mago experimenta. É a segunda fase de sua evolução. Naturalmente ele é tentado a tocar aquela energia. Uma criança não precisa compreender tudo a sua volta para desejar tocar o que vê e o que sente, a busca pelo toque lhe é espontânea. À medida que gesticula, procurando ampliar o contato com o mana, descobre que determinados movimentos são capazes de drenar mais ou menos energia, porém, se renegada por muito tempo, esta habilidade vai diminuindo até sumir.

Finalmente há a fase da evocação, a fase da consciência plena. Ao buscar o entendimento dessa força e procurar conhecer a energia que sente, o mago passa a chamar por ela. Clama pela Magia que deseja, procurando exercer através dela a sua vontade. Quanto maior a inteligência do mago, maior é sua capacidade de compreender quais palavras e gestos evocam cada tipo de efeito. Nesse ponto, não há mais dúvidas. O indivíduo tem consciência do que é capaz de fazer. Descobre sua verdadeira essência e sua relação definitiva com a Magia, busca um mestre para lhe ensinar os caminhos do mana e se torna um mago.

Não é de surpreender que eles se envolvam tanto com grimórios, escrituras arcanas, gestos amplos e personalizados e palavras com resultados poderosos. A partir do momento que se reconhecem arcanos, a tendência é que vão ao encontro do saber.

No entanto, não é fácil para os que iniciam essa jornada suportarem os primeiros momentos do aprendizado. Esse é o momento no qual o feiticeiro é mais frágil. E, ao contrário do que se possa imaginar, não é só por possuir uma defesa escassa e um arsenal militar limitado.

Todas as evocações de um mago são drenadas do mana e sua concentração é voltada para a captação dela. No início sua aura ainda está despreparada para manipular essa energia, assim os gestos são mais amplos e o esforço imenso. Como a sintonia entre o karma e a aura do mago só é aperfeiçoada com níveis crescentes de experiência, a quantidade de karma possível de ser utilizada pelo iniciado é pequena.

Assim, o princípio da vida de um mago pode se transformar em um conflito pessoal. Basta uma magia mal feita, uma concentração perdida, e lá se esvai sua capacidade de absorver transformar mais karma. É difícil para o iniciado saber que pode fazer mais, mas não ter condições ainda de alcançar o poder que imagina. Contornar a frustração enquanto desenvolve sua magia pode ser o maior desafio nesta fase inicial. Sim, ele é mais vulnerável, o que não deixa de contribuir para o desafio de sobreviver até um estágio estável, com a magia toda sob controle.

Além disso, os magos são totalmente dependentes dos seus encantos. Isso lhes concede poderes incríveis, mas os tornam servos do mana. Ainda assim, todo mago recém-iniciado deve ter em mente que uma única magia pode fazer a diferença entre uma morte certa e uma vitória louvável.

Depois do “despertar”, as magias que um mago pode realizar são ditas “básicas”. São magias cuja revelação aos iniciados são mais simples. Elas envolvem o controle e a transformação do mana universal, sem preocupar-se com o tipo de karma. Devido a isso, muitas delas consomem mais tempo e dedicação para serem aprendidas neste estágio. Para aprendê-las, um mago precisa necessariamente de um tutor. Embora alguns dos efeitos sejam muito simples, a magia é caótica e letal. Muitos iniciantes autodidatas morreram devido a um choque de karma antes mesmo de começarem uma carreira como feiticeiro.

Magias básicas, ao contrário do que poderia se pensar, são encantamentos poderosos e têm um grande potencial de evolução à medida que o mago se torna mais familiarizado com elas. Mas por outro lado, qualquer feiticeiro pode reconhecer uma magia básica e, conhecendo o efeito, anulá-lo. Por isso, todo mago é ávido por desenvolver seus conhecimentos e se especializar em algum Colégio de Magia.

Os colégios são os grandes centros para estudo de magias. Sob a tutela de um colégio, o mago aprende novos encantos e aumenta seu arsenal. Porém, nenhum grande colégio aceita ex-membros de outro e, por isso, a escolha deve ser bem pensada antes de se ingressar. Além disso, a aura de um mago especialista torna-se seletiva para aquele tipo de mana quanto mais poderoso ele se torna. Na prática, isso quer dizer que quanto mais poderoso torna-se o mago, mais difícil é para ele manipular um karma diferente do genérico ou do específico de seu colégio.

Chegar até o colégio vivo e com habilidades memoráveis o bastante para se tornar um de seus membros pode ser um verdadeiro desafio, mas com recompensas plausíveis, como magias exclusivas, conhecimentos inalcançáveis de outra forma e convívio com magos de grande experiência.

Raças

O dom de realizar magia não contempla todas as raças humanoides de Tagmar. Talvez por um capricho de Palier, exigente em repassar seu mais poderoso talento, talvez pelo orgulho dos outros deuses criadores que não arriscariam permitir que suas criações fossem seduzidas pelo dom oferecido pelo deus da magia e do conhecimento. Seja lá o motivo que for, os estudos mais recentes realizados nos grandes colégios arcanos e nos grandes centros de estudos, como Runa e Saravossa, indicam que a capacidade ou não de realizar magia está contida na aura dos filhos.

A aura de uma criatura é única e pessoal. Assim, cada raça e espécie em Tagmar possui sua característica, seu próprio tipo, que permite identificá-la como tal. A relação que cada raça possui com magia (e logo, com os magos):

Humanos. Esta raça é capaz de formar magos poderosos. A aura de um humano comum é explícita para todos com o talento para percebê-la.

A característica mais marcante da aura de um humano é sua variabilidade. Mais do que qualquer outra raça, os humanos possuem um dom natural para receber o mana e transformá-lo. Isso significa que os humanos dominam a magia mais rápido do que qualquer outra raça. Não por serem mais inteligentes ou dedicados, mas por que sua aura adquire as propriedades do karma que manipula rapidamente, facilitando seu controle.

Essa característica também tem um efeito no corpo, porque magos humanos tem sua expectativa de vida aumentada proporcionalmente ao seu poder, o que acaba permitindo que existam magos humanos com várias centenas de anos de vida. Quase todos eles começam a envelhecer mais lentamente quando já são poderosos e sua aura já está modificada.

No entanto, a modificação de longo prazo na aura é perigosa. Essa leve transformação irá eventualmente afetar a mente do arcano. Por isso não é raro ver velhos magos humanos enlouquecidos, cegos pelo próprio poder. É recorrente nos textos arcanos e acadêmicos dizer que um ser humano deve ser muito cauteloso para evitar que, ao invés de controlar a magia, seja controlado por ela. A história de Tagmar é repleta de contos em que humanos sucumbem ao poder.

Logo, como os humanos são a maioria dos habitantes dos reinos e também a maioria dos magos, esta categoria acabou adquirindo um estereótipo de pouco confiável. Quase todos os reinos de Tagmar desconfiam dos magos e exigem que eles se identifiquem antes de realizarem qualquer feitiço. Devido aos efeitos no corpo e na mente, o mago humano é imaginado pelo plebeu comum como um velho, geralmente barbudo e/ou cabeludo – afinal são poucos os loucos preocupados com estética.

Os humanos conhecem a magia há muitos milênios, desde o primeiro ciclo mais precisamente, quando os deuses reinavam o mundo junto aos mortais. Ambiciosos, a raça humana observara invejosamente por décadas ou séculos a magia que os deuses realizavam e conferiam aos seus devotos, até o momento em que seus estudos foram capazes de demonstrar-lhes o primeiro passe de mágica bem sucedido. Desde então a união de inveja, ambição e obstinação dos humanos para estudar magia vem garantindo-lhes grande poder.

Elfos. Os elfos são a criação mais perfeita de Palier, o deus da magia e do conhecimento. Logo, nada mais natural do que esta raça ser capaz de formar os magos mais capazes e conscientes de seus poderes. A aura de um elfo é bela, brilhante e padrão. A diferença existente entre as auras de dois elfos é muito pequena.
A característica mais marcante da aura de um elfo é sua estabilidade, o que é mais um contraste com a aura humana. A consequência positiva desta estabilidade é que os elfos não sofrem os efeitos deletérios que sofrem os humanos ao manipular o karma. Por outro lado, o mana não adere com a mesma facilidade em suas auras, exigindo deles técnicas mais complexas de concentração – o que qualquer elfo faz com maestria devido às características inerentes à própria raça. Portanto, o que poderia ser uma desvantagem para os elfos, acaba não tendo efeitos práticos a curto prazo. Porém, é perceptível que os elfos magos precisam dedicar-se muito mais ao treinamento de sua concentração para serem capazes de executar magias de grande poder ou complexidade.

É recorrente nos textos arcanos e acadêmicos passagens comentando que um elfo, ao contrário dos humanos, domina a magia, e nunca é dominado por ela. Embora seja verdadeiro para qualquer elfo, é mais real ao se tratar dos dourados. Particularmente esta variante da raça possui um talento ímpar para dominar o mana. Para efeito de comparação, se fosse possível enxergar o fluxo de karma durante a realização de uma magia, enquanto o efeito realizado por um humano provoca um redemoinho caótico e colorido ao destruir a fonte de energia, o mesmo efeito realizado por um elfo desliza suavemente em uma corrente em fluxo calmo e objetivo.

Mesmo com todos os benefícios, a estabilidade da aura dos elfos possui uma fraqueza. Uma vez abalado este equilíbrio, ela facilmente se transtorna, e como um diamante estilhaçado modifica-se drasticamente, afetando tanto o corpo quanto a mente do indivíduo. Porém é necessário um karma muito forte para provocar tal tragédia e existe apenas um tipo que atende a esses requisitos: o karma infernal. Este tipo de karma, carregado de sentimentos e maldades dos demônios, é capaz de modificar a aura de um elfo como nenhum outro, causando em anos chagas mais profundas que qualquer mana provocaria apenas em séculos sobre a aura de um humano. Quando esta macabra modificação terminar, caso sobreviva, estará criado um elfo sombrio.

Os magos entre os elfos são vistos como sábios e muito respeitados e são frequentemente encontrados como professores ou conselheiros. Quando em sociedades humanas, os elfos magos são ainda mais temidos do que os magos humanos, desta vez não por serem loucos, mas sim estranhos e diferentes. Como os elfos não mudam sua idade aparente durante a vida, um humano nunca sabe o que esperar daquele “jovem” feiticeiro.

Acredita-se que os elfos sempre conheceram a magia. Na verdade, tudo indica que eles foram criados para utilizá-la, uma vez que foi Palier o escultor da raça. Sua enorme resistência aos efeitos do mana sobre a aura e sua fraqueza em dominar o karma carregado de energia infernal, antagônica à dos deuses, corroboram para a crença de que Palier os fez exatamente como queria.

Meio-elfos. Espera-se que os meio-elfos estejam no meio termo entre os humanos e os elfos e, de fato, é mais ou menos o que ocorre, mas um arcano meio elfo possui uma aura mais próxima daquela dos elfos.

Os meio-elfos possuem uma aura estável e dificilmente abalada, como seus parentes longevos. Isso os leva a também possuir a mesma dificuldade dos elfos para transformar o mana. Entretanto, diferente de seus ascendentes, eles não são tão talentosos na arte de concentrar-se, especialmente os descendentes de florestais. Devido a isso, os meio-elfos magos são mais raros do que magos elfos ou magos humanos.

As pequenas alterações na aura que são notadas na vida de um mago meio elfo tem efeitos em seu corpo. Assim como acontece com os humanos, sua expectativa de vida é aumentada, sendo possível perceber mestiços saudáveis com idades superando os 550 anos. Devido a estabilidade herdada dos elfos, o que se resume em pouca deformação da aura, raramente esse ganho de vida é muito grande.

Por outro lado, os meio-elfos também não são vulneráveis ao karma infernal, o que significa que ele pode estudar necromancia sem medo de tornar-se um elfo sombrio.
Anões. Os anões são incapazes de transformar o mana, o que significa que não podem ser magos. A aura destas criaturas forjadas por Blator parece ter sido selada na mais hermética armadura. Como rochas, o corpo anão emite uma aura muito pequena. Olhos treinados e talentosos veem apenas uma pequena silhueta rígida e monocromática ao redor dos membros dessa raça.

Como a aura dos anões não possui quase nenhuma variabilidade, ela não é capaz de absorver o mana e transformá-lo. Existem algumas lendas que dizem que certos tipos de karma combinam com a aura anã, permitindo que eles o transformem, mas tudo são estórias, negadas veementemente por qualquer membro da raça, que em geral repudia a magia, considerando-a maligna.

Salvo raríssimas exceções, os magos entre os anões são unanimemente tratados com desconfiança. Em suas comunidades em geral é proibido fazer magia arcana, exceto por uma ordem direta do líder local, e a pena para a desobediência não raras vezes chega a morte. Magos famosos ou notoriamente aliados podem ter algum tipo de tolerância, dependendo do nível de desconfiança da comunidade, desde que peçam autorização para realizar suas magias. Esses assuntos são levados muito a sério por todos os anões. Nas sociedades humanas os anões seguem as regras locais. Porém, é mais sábio para os magos não contar com eles quando estiverem planejando.
Pequeninos: Os pequeninos, assim como os anões, são incapazes de transformar o mana e não podem ser magos. Porém, ao contrário da criação de Blator, a raça pequena possui uma aura poderosa e variável – variável até demais.

A aura de um pequeno é tão inconstante e caótica que é impossível para ele absorver qualquer quantidade de karma, quanto mais transformá-lo e, se o fizesse, provavelmente enlouqueceria no processo. Além do mais, esta característica os trariam grandes problemas no processo de recuperação de karma, pois a regeneração da aura seria tão violenta que facilmente destruiria seu corpo, independente dos focos tradicionalmente utilizados. Mesmo assim, nas rodas de histórias das comunidades da raça surgem ocasionalmente contos de amaldiçoados e loucos Pequeninos que se aproveitaram de poderosos itens mágicos que lhes permitia controlar o mana. Mesmo que a maioria destas poucas histórias seja falsa, em teoria não é impossível que algum acessório-foco “estabilize” a aura dos pequenos, permitindo-lhes dominar, até certo ponto, o karma.

Como é de se imaginar, os magos em comunidades de pequeninos são vistos com extrema desconfiança, e geralmente recebem a alcunha de loucos e amaldiçoados assim que cometem algum erro. Porém, os pequenos aventureiros são muito mais tolerantes com a profissão arcana, aceitando-os com razoável facilidade uma vez que demonstrem ser respeitáveis.

Religião


Palier, além de ser o deus do conhecimento, é o deus da magia e dissemina entre seus sacerdotes a busca pelo conhecimento. Essa grande afinidade filosófica e a receptividade que os magos veem nesta igreja fazem com que muitos destes místicos reverenciem Palier ou, pelo menos, lhe prestem algum tipo de homenagem. Além do mais, este é o deus mais adorado pelos elfos, que constituem uma parcela importante no meio mágico.

No entanto, a origem e a criação de cada indivíduo pode influenciar sua escolha. Nada impede, por exemplo, que um elfo florestal adorador de Maira descubra os caminhos arcanos da vida. Desde que a história do mago seja compatível com a divindade que cultua, não será a Magia em si que lhe imporá limites por adorar um ou outro deus.

A filosofia que o mago segue será uma das únicas restrições que acabará por definir sua preferência no panteão. Por exemplo, os magos naturalistas são inclinados para reverenciar, além de Palier, a deusa mãe Maira; os necromantes são inclinados a serem ateus, e assim por diante. Cada personagem deve definir sua filosofia e visão da magia para que possa estabelecer uma relação com a religião e o colégio que pretende seguir.

Magia


A magia arcana é grande arma desta profissão e é muito diferente da magia dos sacerdotes, que recebem karma dos deuses para realizar seus milagres; dos rastreadores, capazes de atingir tal estado de comunhão com a natureza que os permite transformar o karma arcano natural em feitiços; e também dos bardos, que utilizam uma ferramenta para forçar a sintonia entre suas auras e o mana. Os magos, ao contrário, são os verdadeiros donos do conhecimento arcano. Os magos têm a compreensão de como verdadeiramente é o mundo. Os magos são a única profissão que um dia os deuses já temeram.

A magia é fascinante e assustadora para todos, porém aqueles que escolhem esta profissão estabelecem em suas vidas a meta de desvendar o desconhecido, de estudar o intraduzível. A magia arcana é assim denominada porque ela se utiliza, ao contrário da magia divina, de karma arcano. Este é na verdade a mesma energia que os deuses fornecem aos sacerdotes, porém em um estado transformado.

No momento da criação de todas as coisas, os deuses se empenharam para utilizar suas magias e, como resultado, seus karmas foram transformados de forma que os objetos, os seres vivos e os filhos foram criados. Esta transformação deixou vestígios no mundo, pois muita energia foi consumida, mas nem toda aproveitada.
O tempo passou e essa energia não aproveitada, ao manter contato com a aura dos seres vivos, objetos inanimados ou mesmo outros planos, foi adquirindo características próprias. Assim foram criados todos os tipos de karma hoje conhecidos.

A execução de um feitiço se dá ao se converter o karma no efeito desejado através de sua manipulação com a aura, que agirá como uma extensão da vontade do mago. À medida que realiza as magias, a aura satura-se com a energia aderida que não foi possível transformar tornando o feiticeiro incapaz de realizar novos feitos até que um processo chamado de “recuperar o karma” seja finalizado. Este processo, ao contrário do que sugere, trata-se de expelir da aura do próprio feiticeiro os vestígios do karma que utilizou para realizar as magias.

Para ser capaz de expelir essa magia de forma segura, os magos utilizam com maior frequência o que chamam de foco. Embora o termo seja o mesmo utilizado pelos sacerdotes, o mecanismo de funcionamento é bastante diferente. O foco arcano tem a função de permitir a desagregação do karma que impregna a aura do mago durante a execução das magias, sem, no entanto, arrastar consigo o karma contido no próprio arcano. Ou seja, o foco impede que o karma expelido converta a aura do mago em mana, o que provocaria a destruição do corpo e da mente do arcano.

Na ausência de um foco, é possível também optar por um longo e doloroso ritual de recuperação de karma. Durante sua realização, o mago concentra-se profundamente a fim de purificar sua aura. O processo é muito difícil e dolorido, pois o ritual transfere as chagas do duro processo de desimpregnação para o corpo do feiticeiro, em vez de sua aura. É uma medida drástica e utilizada apenas quando não há outra saída.

Um mago especialista, aquele que desvenda os segredos arcanos em um colégio de magia, aprimora sua aura para manipular um tipo específico de karma. Com a experiência, a aura do feiticeiro é capaz de transformar com muito mais eficiência o mana específico, retendo uma quantidade muito menor de energia e, consequentemente, aumentando a capacidade do mago de realizar passes mágicos. A rigor, aura do feiticeiro adquire características de acordo com o mana que manipula, e que provoca as alterações mencionadas nos capítulos Raças e Dicas de Interpretação. Em contrapartida, uma aura de um tipo específico passa a não aceitar manas diferentes, tornando impossível a utilização de magias de outros colégios. Essa alteração de aura é irreversível.

Ressalta-se que as magias ditas básicas são possíveis de serem realizadas com qualquer tipo de karma. Por isso os magos especialistas continuam capazes de transformar o mana para invocá-las.

A intenção do karma


Para fins práticos, o karma é a energia mística presente em todo o ser vivo, capaz de ser transformado a fim de se obter um efeito mágico. A esta mesma energia é dado o nome de mana se estiver dispersa no ambiente, não atrelada a nenhuma aura.

Em decorrência de sua natureza transitória, o karma possui uma “intenção” que muda segundo infinitas variáveis. Algumas delas podem ser as características do local onde o mana está depositado, o destino da última transformação sofrida pelo karma ou até a índole do arcano que foi responsável por sua última manipulação.
Por isso essa “intenção” que o karma possui pode se fazer notada pelos arcanos na forma de um sentimento. Importante destacar que esta percepção se refere ao karma e não a aura. Assim, é possível que um mago sinta um local ou objeto como sendo maligno, ou abençoado, ou ainda que este lhe traga ou não um bom pressentimento. Da mesma forma, muitos itens encantados adquirem uma personalidade própria que, na verdade, viera carregada no karma utilizado para construí-lo e fora transformado e consolidado como sua aura.

O contato constante da aura de um indivíduo com um karma de fortes intenções pode mudar seu modo de pensar, sendo o contrário também válido: um indivíduo com fortes motivações pode alterar a intenção do mana, se permanecer por muito tempo em contato com ele.

Locais mágicos


Os filhos são capazes de dominar a magia, a arte de alterar a realidade. Porém, existem um sem número de mistérios ao redor desta arte tão caótica. Por exemplo, alguns locais de Tagmar possuem uma afinidade mágica tão grande que são capazes de realizarem manifestações por si só, sem a necessidade da interferência de terceiros.

Um mago é capaz de identificar um local mágico ao se aproximar de um. A distância que ele é capaz de senti-lo dependerá da intensidade de mana que este local dispõe. Grande focos de karma, como a Terra das Brumas, os Campos Brancos ou o Domo de Arminus, são capazes de se fazerem notados a quilômetros, enquanto pequenos focos só serão percebidos enquanto o mago estiver dentro de seu perímetro.

Os locais mágicos em Tagmar são muito procurados por arcanologistas das mais importantes cidades, pois se acredita que devido a suas características eles tenham sido sítios da realização de magias que alteraram significativamente a realidade, ou ainda que foram os locais escolhidos pelos deuses quando desceram ao mundo. Para descobrir tais locais, os magos estão sempre atentos às lendas: muitas delas são dicas valiosas de locais que podem de fato possuir fortes interações mágicas.
A existência de locais como estes são um mistério que ainda não foi desvendado. As teorias mais aceitas apontam para uma complexa convergência de planos nestes pontos, fazendo com que a densidade de mana aumente espantosamente.

Realizar magias em um local como este geralmente é perigoso, mas gratificante. Poucas são as chances de uma evocação falhar em um local como este e ela será várias vezes mais potente do que o normal. Por outro lado, se algo der errado certamente o resultado será na mesma proporção mais desagradável para o evocador.

Outras Profissões


Os magos não são adeptos da força bruta. Preferem o raciocínio. Isso não quer dizer que a menosprezem. Pelo contrário! Eles a valorizam, principalmente quando há um guerreiro defendendo-o.

Já a opinião que os guerreiros têm sobre os magos não é unânime. Em geral, quanto mais “bruto” for o guerreiro, menor sua compreensão da magia e mais difícil é para ele compreender porque alguns simplesmente não partem para o ataque bradando suas espadas ou cajados. Isso dura até eles perceberem o valor de um mago para o grupo. Em outros casos isso simplesmente perdura.

Os magos costumam ter boas relações com rastreadores e bardos e a recíproca é verdadeira. Há até um saudável interesse de um grupo em relação ao outro. Com os bardos essa relação chega a ser muito amistosa e agradável. Os magos normalmente são deslumbrados pela forma engenhosa que estas duas profissões foram capazes de dominar os karmas natural e do conhecimento, respectivamente.

Os ladinos são encarados pelos magos com suspeita (apenas por eles?!). Ainda assim, seus serviços podem ser apreciados quando há uma boa razão para isso.
De todas as relações de Tagmar, nenhuma é mais tensa e dúbia que a que existe entre sacerdotes e magos.

Para começar, apesar de ambos os grupos lidarem com magias, a força dos sacerdotes vem dos deuses. Eles têm a devida “autorização” para praticar seus milagres. Os magos não. Os sacerdotes sabem que o poder deste outro grupo místico tem fontes bem menos ortodoxas. Assim, alguns questionam essas fontes, acreditando que a verdadeira magia vem apenas dos deuses.

Em resposta, os magos acusam os sacerdotes de submeterem-se cegamente a vontade dos deuses. Embora este por si só já seja um pensamento blasfemo, é importante lembrar que a própria magia entre os homens surgiu da inveja dos poderes divinos. Mesmo assim, um mago dificilmente agirá com preconceito contra um sacerdote, a menos que este dê inicio às más relações.

Estes conflitos não significam que um mago e um sacerdote não possam atuar juntos. Eles são capazes de se respeitar e até se admirar, desde que um não agrida a filosofia do outro. Entre magos e sacerdotes a relação é apenas tensa e a convivência pacífica necessita de uma boa dose de inteligência e diplomacia. Dos dois lados.

Dicas de interpretação


Magos devem, sobretudo, se mostrarem lógicos, sábios e coerentes, sempre com respeito e inteligência. O bom senso e a diplomacia, além da habitual inteligência, são as palavras chave para se interpretar bem um mago.

Existem também os estereótipos: o mago que se julga o senhor do universo, egoísta, egocêntrico e arrogante. O outro extremo, o mago inseguro, que não confia na consistência de suas magias. Há também o sábio, discreto e misterioso, que fala por enigmas. Há o mago insidioso, que se oculta em manipulações inteligentes ou atrás de conselhos inteligentes e altamente benéficos para sua pessoa.

A obstinação também é uma característica comum aos magos, pois o estudo da magia é muito mais difícil do que qualquer outro: as informações não são fáceis de se encontrar, as pessoas comuns não gostam de magos (e em alguns locais até mesmo os perseguem!) e o aprendizado exige uma dedicação de tempo e intelecto que priva o arcano de quase todas as outras atividades.

Além disso, o mago é diferente das outras profissões, tornar-se um exige mais do que desejar ser. Além da própria aptidão natural para a magia, na forma de uma aura bem desenvolvida e de um intelecto seguramente superior à média, aqueles com aspirações a entrar no mundo arcano precisam de alguma forma se relacionar com um mentor. Para que isso ocorra, esse mentor também deve possuir seus próprios motivos, que podem ou não ser de conhecimento do personagem.
Assim, ao pensar no histórico de um mago é preciso um esforço ligeiramente maior do que o de personagens de outras profissões para justificar o porquê de ele ser escolhido dentre tantos outros indivíduos.

Embora todos os magos comecem realizando feitiços genéricos e sem se aproveitar de karmas específicos, eles já devem estar inclinados para uma especialidade ou outra. Os olheiros dos colégios de magia irão selecionar aqueles que melhor se adequam às suas filosofias e não vão aceitar um feiticeiro que não possua estas tendências, a menos que ele seja excepcionalmente talentoso.

Além do mais, são raros ou inexistentes os magos inexperientes que aceitam aprendizes. Desta forma, os iniciados serão tutorados por magos especialistas que irão passar ao personagem as tradições e filosofia aprendidas no colégio. Mesmo assim, estes tutores não são capazes de ensinar mais do que tendências ou filosofias de um colégio de magia a seus aprendizes, pois todo mago especialista formado conhece apenas uma pequena parcela da vastidão de conhecimento ensinado em uma escola.

Os Colégios de Magias


Cada colégio de magia possui sua própria visão do mundo e dos meandros da cosmologia, embora um consenso geral esteja consolidado. Essa visão particularizada segrega os membros de colégios e gera filosofias diferentes quanto ao uso da magia, sua origem e os mecanismos que regem o universo.

Como cada especialidade manipula um tipo de karma, os efeitos sobre a aura dos feiticeiros de diferentes colégios também não são coincidentes. Como consequência, as alterações físicas, mentais e místicas que sofre um mago em decorrência do uso de magia variam de colégio para colégio. É importante lembrar que os efeitos colaterais do uso aprofundado de manipulação do karma é muito evidente nos humanos, quase nulo nos elfos e pouco sensíveis nos meio-elfos.

Abaixo seguem algumas dicas que podem auxiliar a interpretação de magos especialistas. Detalhes adicionais sobre as filosofias de todos os colégios de magias podem ser encontrados nos guias de colégio correspondentes.

Colégio Elemental:


O karma elemental foi criado pelo contato com os planos titânicos que estão separados de Tagmar por uma densa barreira de éter, o plano etéreo. Entretanto, esta barreira não é forte o suficiente para impedir a troca de energia entre os planos, mas apenas mantém o karma mais tempo de um lado ou de outro. O mana elemental é acessado através das brechas que existem nas linha de éter, que estão presentes em todo lugar.

O poder do Colégio Elemental consiste em drenar o mana das forças elementais - fogo, água, ar e terra - que os Titãs deixaram no mundo físico. Através da manipulação dessas forças primitivas é que surgem seus feitiços. A ligação com forças titânicas, no entanto, causa uma grande apreensão e terror por parte dos povos menos tolerantes à magia. Imagine o quão surpreendente não é para um leigo ver um grande golem de pedra se erguer das pedras, como um demônio ou titã. O resultado disso é uma grande repressão e ódio pelos elementalistas em boa parte do mundo. Isto os levou ao segredo e à reclusão, geralmente em lugares remotos. Os membros percorrem o mundo sem se revelar, a não ser para seus amigos mais chegados. Encontrar um ermitão no meio do nada pode significar mais que ter um abrigo seguro para a noite, se acontecer de esse recluso ser um elementalista disfarçado.

O grande domínio sobre o karma elemental provoca mudanças sensíveis no corpo humano. Elementalistas em pouco tempo tem a cor do cabelo alterada totalmente para cores como verde escuro, azul escuro e, na menos exótica das hipóteses, branco. Também são comuns para magos mais poderosos a alteração na cor da íris para preto ou branco, o surgimento sazona de pigmentação avermelhada na pele e mudança da cor das unhas.

Colégio das Ilusões:


O karma ilusório é o mais bruto e o mais próximo que existe do karma divino. Os ilusionistas aprendem a dominar o mana da criação, o que não é apenas aquele que não foi aproveitado durante a origem das coisas, mas também o resíduo gerado em cada intervenção dos deuses sobre o mundo, inclusive na forma de milagres sacerdotais. Portanto, karma ilusório não é capaz de criar, pois é apenas o remanescente de uma origem mais densa, mas é capaz de alterar muito a percepção de quem é afetado por ele.

Imagens ou seres que desaparecem ao toque, ou inofensivas áreas de luz ou de escuridão, não são consideradas grandes ameaças, assim, esta organização é bem aceita na maioria dos povos. Muitos acreditam que os ilusionistas não são Magos verdadeiros e sim charlatães (eles não confirmam nem negam esta acusação, pois a dúvida é o segredo da ilusão). Além disso, acham que ilusões não podem ser perigosas (ledo engano!).

Muitos dizem que os mestres do ilusionismo conseguem criar objetos verdadeiros com seus efeitos mais poderosos. É bem verdade também que os ilusionistas riem ao ouvir essas afirmações. Porém, torna-se plausível crer nestas histórias quando se estudam as teorias mais ocultas dos ilusionistas, que dizem ser a crença o verdadeiro poder da ilusão.

Segundo o conhecimento ilusionista, a volição é a razão da existência de todos os seres vivos em Tagmar, que é em sua essência uma ilusão criada pelo sonho de titãs. Seguindo estes princípios, os magos deste colégio buscam a verdade através de seus estudos, prolongando suas vidas de forma natural enquanto seu corpo resistir ou acreditarem que seus esforços estão progredindo.

Os usuários do karma ilusório adquirem, à medida que se tornam mais poderosos, uma aura de mistério perceptível a todos, na forma de uma sensação estranha ou uma imagem ligeiramente distorcida. Além disso, os corpos dos humanos envelhecem a uma taxa muito menor do que o normal (ou pelo menos parecem...) à medida que tornam-se cada vez mais poderosos.

Colégio Necromântico:


O karma necromântico tem origem no plano infernal, que está separado do plano material pelas barreiras do plano etéreo, na forma das linhas de éter, e pelo plano do Limbo. Teoricamente é muito difícil ou até mesmo impossível acessar este karma, porém os necromantes descobriram uma forma muito engenhosa de descer até ele. Em algum lugar do Plano Infernal existe o oceano incandescente que emite o fogo Tartáreo, uma manifestação tão poderosa que se projeta no Limbo. Os necromantes são capazes de atrair essa energia por além das brechas do plano etéreo. Este mana é, essencialmente, o mesmo karma utilizado pelos demônios, existente desde a origem dos tempos, e possui uma densidade tão grande que a maior parte dos usos encontrados não são suportados pelo corpo de humanos ou qualquer outra raça conhecida. Por esse motivo apenas membros do colégio necromântico são capazes de ensinar seus usos com segurança suficiente para manter a maioria dos aprendizes vivos.

Foram os fundadores do Colégio necromântico que descobriram a forma de captar a poderosa energia negativa vinda dos reinos infernais. Infelizmente, quase todos os usos descobertos para essa energia são destrutivos. A ligação com os planos infernais é desaprovada por todas as religiões e o fato dos encantos deste Colégio serem muitas vezes prejudiciais à sociedade faz com que os necromantes sejam execrados e perseguidos severamente em quase todos os reinos conhecidos. Tosses inexplicáveis, dores no peito incapacitantes, pragas dolorosas ou deformantes além de não serem bonitas aos olhos dos homens comuns, são temidas e confundidas com manifestações do demônio.

Assim, este Colégio é mantido em segredo absoluto: suas bases são secretas e seus membros somente se mostram aos seus companheiros mais dignos de confiança.
Além disso, algumas das magias exigem a profanação de cadáveres, por isso, os membros desta organização são considerados perversos, sádicos e loucos. Esta é uma imagem equivocada, já que os feitiços são apenas um instrumento a ser usado para o bem ou para o mal, conforme a vontade individual. Com as magias ensinadas pelo Colégio, um indivíduo pode se tomar um grande perseguidor de Demônios e mortos-vivos (não que muitos o façam!).

Os necromantes buscam o conhecimento para alcançar a imortalidade na vida - e negam a possibilidade de uma imortalidade na não-vida, como os mortos-vivos. A busca destes magos esquivos e engenhosos por conhecimento é incessante, e seu material de estudo dá calafrios na maioria dos não iniciados.

O karma extraído do fogo tartáreo é implacável com o corpo do usuário, mesmo para os habilidosos necromantes que conhecem seus perigos. Magos poderosos veem seus cabelos e unhas caírem, seus corpos emagrecerem até quase os ossos independente de quanto comam, seus dentes tornar-se protuberantes como o de cães, seus olhos se aprofundarem no rosto como uma olheira de 100 noites em claro... tudo isso sem perderem uma fração sequer da vitalidade que deveriam ter para sua idade.

Colégio Naturalista:


O karma naturalista é obtido através da transformação de objetos ou manifestações naturais, como as rochas, a água ou o vento. Ele também é emanado em pequenas proporções por seres vivos vegetais, como árvores. Os magos naturalistas em geral não têm problemas para acessar sua energia, uma vez que ela está prontamente disponível em Tagmar. Graças a isso, estes magos têm grande capacidade de manipular a natureza conforme sua vontade, sendo capazes de feitos temíveis.

Entretanto, a maioria dos adeptos deste colégio procura utilizar seus encantos mais catastróficos de maneira responsável, evitando ao máximo qualquer situação que ponha em risco a natureza ao seu redor. O equilíbrio é uma busca incessante dos iniciados desta escola de conhecimento.

As sedes do Colégio Naturalista são normalmente encontradas em florestas fechadas e inabitadas, sendo relativamente comuns em comunidades élficas, mas raras entre outras raças.

Ainda que sejam capazes de ordenar que os galhos de uma árvore abracem seu alvo ou que um calor súbito acometa uma pessoa, são magos tidos como sábios e tranquilos. Assim, os Naturalistas costumam ser vistos com pouco temor pelos povos de Tagmar devido a sua própria filosofia geralmente pacífica e prestativa, mas obviamente existem exceções em ambos os lados. O objetivo maior destes magos é alcançar o que eles chamam de terceiro círculo do abraço, o amplexo, quando a alma, recheada de sabedoria, seria retirada do mundo material e se elevaria ao fluxo de energia do universo.

O karma natural muito pouco afeta o corpo do usuário. Um efeito realmente perceptível é a conservação da aparência destes magos. Os corpos dos naturalistas envelhecem muito lentamente, mesmo que todos eles já estejam em idade avançada quando tais características começam a ser percebidas. Naturalistas mais poderosos adquirem normalmente uma voz rouca e, inexplicavelmente, tendem a falar e gesticular de forma lenta (ou muito lenta, dependendo do mago).

Colégio Alquímico:


O karma alquímico provém da própria alteração que o mana sofre ao manter contato com os objetos e seres vivos. Como já mencionado, um karma que permanece exposto por muito tempo a uma determinada condição acaba por adquirir aquelas características como suas, mas essa mudança é tão gradual que raramente um objeto possui toda sua energia com apenas um tipo. Esta é a essência da magia alquímica: utilizar energia transformada ou em transformação para provocar mais alterações. Como o karma está, de certa forma, vulnerável a sofrer modificações, ele é ideal para ser utilizado em feitiços de transformação e mutação.

O poder da Alquimia consiste em manipular as forças de constituição da matéria e a energia corpórea dos seres. Suas magias permitem a metamorfose, manejando as estruturas da matéria, buscando a melhoria do que estava obsoleto. A manipulação de tal poder pode, no entanto, acarretar graves danos ao evocador, alguns irreparáveis por meios normais. Esse risco existe porque certos encantos deste colégio exigem que o evocador tenha um controle preciso das forças materiais que deseja manipular. Outra ramificação deste colégio é capaz de reter magias em objetos comuns ou raros para usos posteriores. Com o auxílio de feitiços específicos, torna-se possível a manipulação de encantos de outras origens, como magias de outros colégios ou até encantos de bardos e rastreadores.

Armas com “vontade própria” são um bom exemplo do que um alquímico pode conjurar. Como esta, muitas de suas magias exóticas são vistas como bruxaria pelo cidadão comum. Outras mais “ricas” atraem a cobiça dos nobres, assim, habitualmente os alquímicos não anunciam sua presença, exceto a elementos seguros.

O uso continuado do karma alquímico provoca alterações sensíveis no corpo do evocador, como o surgimento de marcas arcanas e a mudança da coloração dos olhos. Além disso, os magos alquímicos geralmente parecem bem mais velhos do que realmente são, a menos que façam uso de suas lendária poções do revejunescimento.

Colégio do Conhecimento:


O karma do conhecimento é encontrado aderido à própria aura dos seres vivos. Ele é um karma bastante difícil de ser utilizado porque a proximidade com uma aura diferente da sua dificulta a canalização pelo mago. Porém, como este mana já possui características próximas às dos seres alvos das magias, ele é muito eficiente para transformar-se em efeitos que afetam a mente, inclusive as do próprio feiticeiro. A utilização deste karma é tão complicada que exige muita dedicação e estudo tanto de misticismo quanto de psicologia, para que o arcano saiba como a forma de pensar das criaturas afetará sua forma de interação com o mana.

Para os magos do conhecimento o grande criador de todo o universo, incluindo os deuses e o cosmo, é o Incognoscível. Ainda segundo seus dogmas, os filhos são capazes de sintonizar-se com tal entidade através do acúmulo de conhecimento e assim tornarem-se o que chamam de Consciência Elevada. Alcançar este estado é a grande busca dos magos desse colégio, pois assim sua personalidade não seria anulada no momento de sua morte.

As únicas alterações físicas que o karma do conhecimento reconhecidamente provoca são a perda dos cabelos e das unhas. Porém ele é especialmente agressivo para a mente dos usuários. Por mais contraditório que pareça, o grande desafio destes magos é adquirir todo o conhecimento que puderem e permanecerem sóbrios.

As vestes


O traje de um mago é sem dúvida parte do folclore que envolve esta profissão. O estereótipo do mago veste-se com robe longo e folgado, colorido ou não, usa chapéu e carrega um cajado. Contudo, esta descrição está longe de ser o padrão ou a “moda” atual para os arcanos.

Alguns requisitos para a escolha de seus trajes são oriundos da necessidade de se afinar com o karma e de executar movimentos precisos.

Algumas substâncias, como os metais, possuem uma alta densidade de karma. Quando em contato com o corpo ele acaba formando uma interface que serve como barreira, reduzindo a capacidade do mago de manejar adequadamente sua aura para manipular o karma externo. No caso de armaduras de couro, embora o karma do objeto seja menos denso, os resquícios do karma animal ou bestial acabam por interferir no controle da aura pelo mago. Desta forma, aliado ao fato da falta de tempo para a prática, não são encontrados magos treinados em utilizar qualquer tipo de armadura. Escudos não causam interferência, mas impedem que o arcano realize movimentos precisos utilizando seus braços ou mãos e também são evitados.

Porém, a palavra chave para definir o traje que um mago deverá adotar não é leveza, mas conforto. O usuário deverá ter liberdade completa de movimentos durante suas invocações, ou correrá o risco de desperdiçar energia e não ter seus feitiços realizados. O uso de roupas de seda, lã ou algodão é o mais frequente. Elas normalmente se apresentam na forma de robes, mas calças longas e folgadas também são comuns, bem como túnicas. Nas regiões mais frias o uso de peles muito pesadas pode causar alguma interferência com o mana, e por isso não são utilizadas na forma de roupas, mas sim como mantos que podem ser abertos para a execução dos feitiços. Em regiões mais quentes muitos feiticeiros tribais preferem utilizar a menor quantidade de roupa possível para facilitar a invocação. Em regiões desérticas cobrir todo o rosto é comum.

Vários magos optam por tatuarem seu corpo. Alguns dizem que figuras representativas aumentam seu domínio sobre o karma. Nestas situações é comum que a parte do corpo tatuada fique visível.

Focus


O focus arcano é o acessório que os magos devem carregar para permitir a desimpregnação do karma de suas auras de forma a não provocar-lhes danos e permitir que novas magias sejam realizadas. O primeiro focus é inicialmente construído pelo próprio arcano e para que tenha efeito é preciso submetê-lo a um ritual chamado elo de focus, que relaciona a aura do personagem àquele item específico. O focus, a partir deste momento, adquire uma aura característica semelhante à aura do mago à qual está ligado. É impossível manter dois objetos com sua própria aura e, por isso, apenas um focus pode existir de cada vez. Esta é, na prática, o primeiro efeito místico que um mago aprende e o qual jamais poderá ser esquecido.

Para surtir efeito, um focus não precisa ser necessariamente carregado pelo arcano, mas deve estar próximo, a no máximo a alguns metros de distância. Por isso, muitas vezes o focus de um mago é seu próprio grimório, que é o tomo onde ele registra suas magias aprendidas e em desenvolvimento.

Porém, um foco arcano não precisa ser o grimório, mas pode ser qualquer acessório que o mago submeta ao elo de focus. Não é raro o uso de anéis, braceletes, colares, chapéus, cajados, varinhas e adagas. Todos eles, no entanto, devem ter sido construídos por inteiro ou no mínimo ter uma ligação especial com o mago que deseja realizar o elo, com exceção de joias brutas. Por exemplo, uma adaga pode receber um entalhe especial com o brasão do mago, feito por ele mesmo; um colar pode ter sua corrente adquirida após uma aventura em que o mago expôs sua vida a grande perigo.

Uma vez estabelecido o elo, quando o mago está em estado de sono ou transe o objeto passa a absorver o karma impregnado em sua aura de forma gradual antes de liberá-lo para o ambiente. Como o focus possui a mesma aura que o feiticeiro, ele serve como um filtro e amortecedor da desimpregnação bruta que aconteceria no contato direto com o ambiente e evita que seja causado qualquer dano.

Embora raro, também são encontrados focus arcanos mágicos. A maior parte destes itens foram criados há muitas eras. Eles podem conceder diversas vantagens para o mago ou até suprimir certas desvantagens. Alguns focus desses possuem magias armazenadas, outros possuem uma aura genérica muito forte que após o elo servem como uma extensão da própria aura do mago, aumentando sua capacidade de realizar magias. Alguns favorecem a manipulação de determinados tipos de karma.

O mais perigoso ao se deparar com um focus mágico é descobrir que ele é amaldiçoado tarde demais. Estes itens, ao terem o elo criado, se fixam tão fortemente a aura do feiticeiro que não podem ser desconectados por um ritual comum de elo de foco. Assim, para se livrar do objeto, o feiticeiro precisa descobrir a magia ritual chamada de sacrifício de elo, que é conhecido por muito poucos. Esta magia anula o efeito do focus durante um tempo suficiente para a execução do elo de foco com outro item.

Entre os efeitos mais comuns de focus amaldiçoados estão a sensação permanente de uma obsessão pelo item maldito; a imposição de diversas dificuldades de manipular um ou vários tipos de karma, reduzindo a capacidade de absorção do mago e, assim, aumentando a energia gasta por ele para realizar seus efeitos; a imposição permanente ou ocasional de sentimentos estranhos, como ódio, medo ou ganância; e o enfraquecimento do corpo. Focus amaldiçoados geralmente tem origem infernal.

A pesquisa arcana


Os magos são, por excelência, os grandes pesquisadores de Tagmar. Aqueles que se dedicam ao estudo dos mistérios da magia são chamados arcanologistas, e estão concentrados principalmente nas cidades de Saravossa e Runa, embora quase todas as capitais dos reinos mais poderosos contem com pelo menos uma equipe.

Os arcanologistas não necessariamente executam as magias que pesquisam. Sua tarefa principal é investigar onde e quando efeitos misteriosos foram realizados, seja ele evidentemente mágico ou não, traçar um perfil e direcionar a busca para resgatar textos que contenham a magia, ritual ou seita, se ainda não for conhecida.

Alguns grupos de arcanologistas são especialmente encarregados da busca e investigação de pergaminhos que contenham feitiços raros ou desconhecidos, as chamadas magias perdidas. Outros grupos são orientados para locais ou objetos em que escrituras têm aparentemente relação com feitiços desconhecidos. Em todos os casos é necessário que o mago seja capaz de compreender a utilização do karma empregado.

Um arcanologista não é necessariamente um mago poderoso, embora o poder esteja relacionado com o conhecimento e, principalmente, com a capacidade de decifrar textos antigos. Os feitiços mais poderosos não podem ser executados ou sequer lidos por magos que não possuam um domínio adequado do karma específico daquela magia. Pode-se dizer que as magias mais poderosas começam na leitura de suas escrituras.

As magias mais poderosas já executadas em Tagmar foram desenvolvidas há milênios e só podem ser descobertas por magos muito poderosos, capazes de compreendê-las e de executá-las. Elas são chamadas de magias ancestrais, e são arcanologistas os responsáveis por estudar onde e quando elas foram executadas. Traçar o perfil destas magias sem sequer saber de sua existência é uma tarefa muito extenuante, mas muitas vezes este trabalho foi o responsável pela descoberta de antigos pergaminhos.

Runa e Saravossa mantém muitas equipes de magos pesquisando em gigantes bibliotecas ou em campo. Estes grupos são responsáveis por uma lista interminável de possíveis magias perdidas, deduzidas a partir de vestígios encontrados ao redor do continente. Saravossa possui equipes de arcanologistas espalhadas pelos reinos e em algumas expedições às Ilhas Independentes, enquanto Runa envia periodicamente grupos de magos às Terras Selvagens para desvendar seus mistérios.

Mestres da Profissão


Não é muito comum que os magos façam alarde sobre suas habilidades, mas alguns simplesmente não o podem evitar, seja por seus feitos, seja pelo poder e sabedoria que adquirem no longo caminho que escolhem para se tornarem cada vez mais poderosos e especializados.

Existem seis desses “caminhos” que exercem real influência, seis colégios de magia, com normas, tradições e encantamentos próprios. Para alguns dos mestres desses colégios, é inevitável que seus nomes não sejam reconhecidos, senão em Tagmar, pelo menos entre os seus pares.

Cada colégio ainda prega uma filosofia própria. Todas elas, entretanto, buscam uma compreensão e um alcance maior da vida e do espírito. Essa filosofia irá ser a responsável pela forma como o mago desenvolverá seus poderes e estes irão modificar sua condição física. Mesmo os elfos, que não são tão afetados pelo domínio do karma, são afetados em menores proporções pela filosofia que adotarem.

Mais detalhes sobre os magos apresentados nesta seção podem ser encontrados nos Guias dos Colégios de Magias.

Magos Elementalistas

Pozhar, o Senhor da Chama
Atuação: Conselheiro do colégio
Este dragão imperial do fogo disfarçado de meio elfo tem um temperamento forte e é uma das mais antigas e poderosas criaturas sobre o mundo, e também um exemplo claro de que as aparências não são tão reveladoras como sugerem. Sua real identidade é secreta a todos.
Tétis, a Regente das Águas
Atuação: Conselheira do colégio
Apesar de rival política de Pozhar no colégio elemental, rondam boatos de que os dois meio-elfos já tiveram – ou tem – um caso. Ela é sábia, poderosa, inteligente, suave e muito perseverante, fazendo jus a sua posição de destaque. Além disso, tem uma personalidade que contrasta à de Pozhar.
Iorgus, o Artífice
Atuação: Conselheiro do colégio
Especialista no elemento terra, Iorgus é um humano nascido nas Terras Selvagens, que consegue manter ao mesmo tempo o instinto de quem foi criado em um meio subitamente fatal e a sabedoria de quem dedica a vida aos estudos arcanos mais profundos.
Yasom, o Andarilho do Vento
Atuação: Conselheiro do colégio
O mais versátil dos conselheiros do colégio. Yasom consegue ponderar rapidamente sobre as várias possibilidades que o cercam. É um humano antigo e que não se liga a questões políticas nem mesmo dentro do colégio.
Anóriam, o Etéreo
Atuação: Conselheiro do colégio
Anóriam é uma espécie de peso na balança do colégio elemental. Como o éter que une a tudo no universo, Anóriam é o elo que aproxima (sem desgastar) todos os outro conselheiros. É um meio-elfo de idade avançada, e o mais sábio dentre os magos elementalistas conhecidos.

Magos Ilusionistas

Dhex Tëhr, o Inventor
Atução: Grão-reitor do colégio ilusionista
Este poderoso e sábio mago é o líder em atividade do colégio ilusionista. Embora aparente meia idade, ninguém sabe seu tempo de vida. Muitos boatos, de que sua aparência é formada por uma poderosa ilusão, rondam os corredores da academia sede do colégio.

Magos do Conhecimento

Janus Baltazar, o sábio
Atuação: Grão-reitor do colégio do Conhecimento
Um humano muito antigo e sábio é a definição mais simples que pode ser dada a este mago. Janus faz jus a seu famoso status, pois além de muito poderoso este homem também é muito ardiloso e possui uma empatia incomum. Contam alguns que sua idade já ultrapassa a da maioria dos meio-elfos é capaz de atingir...
Victriz, a Mestra Arcana
Atuação: Conselheira do colégio do Conhecimento
Victriz é uma meio elfa reservada, misteriosa, perseverante e muito ambiciosa. É bastante jovem para o cargo que ocupa, fato que permite inferir sua competência notável como raros magos sobre Tagmar. Apesar de suas qualidades, Victriz é arrogante e orgulhosa e aguarda o momento que Janus deixará seu cargo preparando-se para assumir a posição mais alta do colégio.
Stringardi, o Mestre Filósofo
Atuação: Conselheiro do colégio do Conhecimento
Não se conhece exatamente a origem deste mago, mas ele surgiu para o mundo em Ludgrim e em pouco tempo tornou-se amigo pessoal de Darniar e diplomata do reino. É o mais jovem dos conselheiros – o que não significa que é um moço – e também o mais hábil com as palavras. Passa a maior parte do tempo viajando como representante oficial do colégio.
Faustus, o Mestre Cientista
Atuação: Conselheiro do colégio do Conhecimento
Um elfo dourado especialista em magias do conhecimento, mas amante de técnicas naturalistas mundanas. Na verdade, Fautus é um acadêmico nato que, apesar da timidez, consegue expor suas ideias de formas magnificamente didática, e que enxerga na experiência prática o caminho para seu próprio aperfeiçoamento.

Magos Naturalistas

Harlan, o Corvo da Tempestade
Atuação: Líder da vertente Purista no colégio naturalista
Um humano de idade avançada e muito sábio. É muito respeitado entre os bárbaros.
Urucan, o Lobo Negro
Atuação: Líder da vertente dos Rapitantes no colégio Naturalista.
Um velho poderoso fisicamente e um forte mago, Urucan é a voz no ouvido dos líderes bárbaros nas estepes verrogaris. Tomado por seu porte, Urucan poderia facilmente ser confundido com um velho guerreiro. Longe disso, este mago é um dos mais poderosos do continente.
Telesin, o jovem mestre
Atuação: Líder da vertente dos Citadinos no colégio Naturalista.
Um carismático e relativamente jovem mago que luta firmemente pela disseminação da filosofia naturalista de se viver. Sua atividade concentra-se principalmente em Saravossa, mas Telesin viaja muito por todas as cidades do continente.

Magos Alquimistas

Astar, o Inquieto
Atuação: Alquimestre-Mor do colégio Alquímico.
O mais importante representante do tradicional colégio alquímico é um mago humano de longa barba e cabelos grisalhos, porém de idade desconhecida. Sabe-se apenas que ele já conta séculos de experiência desenvolvendo eficientes fórmulas e criando novos encantamentos. Um homem com virtudes ímpares, que consegue reconhecer o talento no seu mais feroz inimigo, faz jus ao título que ostenta – já não pela primeira vez.
Crestomatus
Atuação: Mestre da pesquisa no colégio Alquímico.
Humano muito habilidoso com as palavras e pesquisador implacável. Dizem que Crestomatus possui uma biblioteca pessoal com centenas de magias alquímicas raras, muitas delas perdidas há séculos – ou até milênios.
Alana
Atuação: Mestre de neófitos no colégio Alquímico
Meio-elfa calma e contida, Alana dedica a vida a ensinar jovens magos o caminho das transformações alquímicas. Possui muita habilidade no manejo de todas as magias que ensina.

Magos Necromantes

Nabu, o Encapuzado
Atuação: Líder do colégio Necromântico
No Colégio Necromante, não se fala em “mestres”, primeiro pela própria natureza caótica do grupo, embora haja sim uma organização (e uma liderança) por trás dos necromantes. Além disso, não é muito sábio sair por aí conclamando que o esquivo e obscuro Nabu, o Encapuzado seja um dos nomes mais disseminados entre os seguidores deste colégio.
Nabu é uma criatura misteriosa e rodeada por lendas. Muitos acreditam que ele seja, na verdade, uma figura criada pelos conselheiros do colégio, uma figura pública para ocultar os verdadeiros poderosos do grupo; outros acreditam em sua existência e em seus poderes. De verdadeiro, sabe-se que o guerreiro Victor, o Ibendraco, braço direito do naturalista Harlan Corvo da Tempestade, é seu filho declarado.
Se formos folhear as páginas da história de Tagmar, veremos que vários outros magos se destacam. Outros aguardam apenas uma chance para fazer sua história.

Verbetes que fazem referência

Ambientação em Oficialização

Verbetes relacionados

Livro dos Colégios | Crônicas de Tagmar Volume 3 | Livro Ilhas Independentes | Bardos | Guerreiros | Ladinos | Magos | Sacerdotes | Detalhamento dos Anões | Detalhamento dos Elfos | Detalhamento dos Humanos | Detalhamento dos Meio-elfos | Detalhamento dos Pequeninos
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