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Maira .

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Prefácio

No início, havia apenas dois mundos - dois domínios - e apenas uma constante: O confronto perpétuo e a inconciliável desarmonia que existia entre as duas forças distintas ocupando o universo primordial, os deuses e os titãs. A batalha se estendeu por eras incontáveis; mas, eventualmente, os deuses subjugaram seus antagonistas e impuseram sua própria ordem ao mundo, tornando-se então os únicos regentes do universo. Vitoriosos, vendo-se livres da contenda eterna que consumia suas existências, os deuses viram por bem criar o mundo, empregando suas energias para darem origem a tudo que hoje existe.
Maira, a imponente e sábia rainha, encarregou-se de comandar os elementos extraídos dos titãs derrotados. Dessa maneira, fez surgir o ar, a terra, o fogo e a água.
Tomando o ar e a água em suas delicadas mãos, soprou sobre elas e estendeu um manto de névoa através do universo. As brumas ocuparam por completo o grande vazio e não havia alto e baixo, norte ou sul.
Depois, Maira tomou o fogo e a terra, misturando-os em uma de suas palmas. Usando então seu punho onipotente, bateu sobre a mão espalmada e deste choque nasceram vulcões, vales, colinas e grandes cordilheiras que vagavam vagarosamente pela névoa universal. Para além das massas de rocha e fogo, nada havia senão o vazio úmido do mundo, e a fronteira entre essas duas coisas deu-se o nome de horizonte.
A deusa pausou por um instante, contemplou sua obra e desejou que houvesse algo ocupando o vácuo insubstancial que existia entre as crostas de terra. Para esta tarefa ela chamou Ganis. Atendendo ao pedido de Maira, Ganis fez uma gigantesca concha com suas mãos e preencheu-a com água; deixando a água escorrer, pouco a pouco por entre os dedos, fez cair torrentes tempestuosas que formaram os lagos, rios e oceanos, e às massas de terra que permaneceram emersas deram-se os nomes de ilhas e continentes.
Com isso, surgiu também o firmamento, o norte e o sul, o alto e o baixo; mas tudo estava mergulhado em trevas. Maira tomou entre suas mãos todo o fogo que restava e fez com que ele ocupasse um espaço tão pequeno quanto uma cabeça de alfinete. Em seguida, soltou essa cabeça de alfinete no céu, e o fogo que estava ali concentrado, explodiu em mais faíscas do que os números podem contar. A grande bola de chamas passou a habitar o firmamento, tão brilhante que ofuscava todas as outras faíscas.
À ela, Maira deu o nome de sol e fez que sua obra girasse em torno dela, para que toda sua extensão pudesse ser iluminada. Assim, nasceram o dia e a noite, a alvorada e o pôr do sol.
Maira caminhou sobre as praias rochosas e contemplou longamente no céu noturno as faíscas que eram visíveis apenas quando o sol se ocultava. Por mais satisfeita que estivesse com o resultado, sentia que seu trabalho ainda permanecia incompleto. O firmamento repleto de faíscas era uma vista verdadeiramente deslumbrante: belo, mas vazio. Para concluir sua obra e pontuá-la com algo que lembrasse a todos sua autoria, Maira tomou de sua própria luz para colocar no céu três grandes luas. Por serem feitas da luz de Maira, as luas foram dotadas de grande influência sobre o mundo, movendo as marés e inspirando os corações dos seres que vieram a habitá-lo mais tarde.
O mundo estava criado. Completo, mas desabitado. Para encher o mundo de movimento e fazê-lo pulsar com vida, a deusa - auxiliada por seu irmão Sevides e seus dois sobrinhos (Liris e Quiris) - fez povoar as terras e as águas com toda a sorte de animais e vegetais, os quais se multiplicaram e espalharam pelos quatro cantos do mundo. Assim, o mesmo estava pronto para receber os "filhos".
Extratos do Livro de Maudi, do capítulo “A Criação” - Biblioteca de Saravossa.

Concepção

Conhecida por diversos povos como a Grande Mãe, Maira reina absoluta sobre as florestas e todos os seres que nela habitam. É a Senhora dos animais, vegetais e minerais. Dentro das florestas, ela é a provedora suprema, a mediadora de todas as forças da natureza. Maira sem dúvida é uma das mais cultuadas deusas de todo o mundo conhecido e sua influência no panteão é imensa, sendo respeitada por todos os outros deuses. Costuma-se dizer que as florestas são seu reino, as montanhas seus castelos e os animais são seus súditos. Maira vive paralelamente em toda a extensão de sua criação. Tem tanto orgulho de sua criação que acompanha de perto todo o equilíbrio, evolução e revolução de seu ambiente. Para isso, Maira utiliza-se de um poder único, uma espécie de comunhão natural com tudo que criou. Ela vive desde o germinar da semente até o frutificar da árvore; desde a fecundação da mais simples vida animal até o seu envelhecimento; desde a mineralização das formas até o seu desgaste natural. Maira é isso tudo.
Por esse motivo, é normalmente associada a três aspectos diferentes: Maira Nil, que representa a onisciência da deusa no reino animal; Maira Vet, que representa o poder da deusa sobre o verde; E Maira Mon, face da deusa que comunga entre os minerais. Embora tudo represente a mesma deusa, Maira não se opõe a essa definição criada pelos mais sábios e que exemplifica melhor a comunhão existente da deusa e seu reino.

Áreas de atuação

Maira é a personificação da natureza e sem sua benção nada cresce, nenhuma planta floresce e nada se reproduz. Com sua benção, a natureza torna-se abundante e as terras povoadas por uma infinidade de formas naturais. Sua área de atuação é tão vasta como suas manifestações no mundo. Mineradores, fazendeiros, agricultores, rastreadores e todas as profissões que, uma vez ou outra, se utilizam dos recursos naturais para desenvolver suas atividades valem-se de sua bênção e amor.

Temperamento

Maira é conhecida por seu temperamento calmo e benevolente. Suas ações são ponderadas, e esse reflexo é visto no comportamento equilibrado de suas criações. Ela é o que podemos chamar de uma deusa pacífica, feliz com seu estilo de vida perdido nas terras ermas; porém, quando suas criações encontram-se em perigo, a deusa arde em fúria e aniquila todos aqueles que ousaram infligir o menor dano às florestas ou aos animais que nela habitam. Quando é preciso combater, a deusa se mostra uma grande estrategista e defende seu reino utilizando todas suas armas.

Representação

Costuma-se associar a imagem de uma mulher mediana de longos cabelos castanhos e ondulados. Seus olhos apresentam tons que vão do verde mudando levemente para o cinza.
Seu andar é gracioso pelas florestas e montanhas, sendo sempre acompanhada por animais que pelas imediações a encontrem.
Também pode ser associada a animais que falam, minerais de brilho raro e intenso, e árvores milenares e gigantescas.

Símbolo

O símbolo mais utilizado da deusa é representado pela tríade, que são dois círculos entrelaçados, representando as três faces da deusa. O quarto crescente da esquerda representa as garras de Nil, a elipse central representa a semente de Vet e a minguante da direita representa a força e solidez de Mon.

Cores

Sua cor é o verde, numa tonalidade forte, marcante e vívida.

Relação entre deuses

Tem com Palier e Parom, uma relação de grande afeto e carinho, sempre pronta a conversar e atender seus chamados.
Selimom é seu conselheiro e irmão, onde pode encontrar a paz em momentos difíceis.
Tem com Blator, Crezir e Crizagom uma relação difícil, apesar de serem respeitosos uns com os outros. Com Cruine, forma a ideia de início e fim de uma jornada, um acordo que há muitos milênios acabou por criar o ciclo da vida.
Sevides, Liris e Quiris são seus mais prezados amigos na difícil tarefa de gerar o equilíbrio da vida no mundo.
Lena e Plandis são vistos por ela como crianças brincalhonas, muitas vezes flagradas em suas travessuras com os “filhos” dos deuses.
Cambu é o seu mensageiro e aquele a quem é designada a difícil tarefa de levar o desejo dos deuses.

Descendentes

Teve com Palier um único filho, conhecido como Parom, o deus dos artífices.

Festas e Celebrações

Culto à Tríade (13º dia do mês da Vida)

Essa celebração popular é festejada por quase todos os povos que cultuam Maira em seus três aspectos. Uma grande estátua de forma feminina representando a deusa é colocada em um altar imenso. Os fiéis são convidados a prestarem homenagens à deusa depositando na base do altar oferendas como: plantas raras, minerais brutos e comidas para os animais. Pelo menos um membro de cada família deve depositar uma oferenda em devoção à deusa. Essa manifestação de fé representa a gratidão dos fiéis para com Maira, por estarem usufruindo de suas criações como meio de vida.

Festival de Renascimento de Maira (3º dia do mês da Rosa)

Esse festival, muito celebrado pelas grandes cidades que têm como base de sua economia a extração madeireira de florestas próximas, caracteriza-se por acontecer no início da primavera. Os fiéis acreditam que a época do desabrochar das flores é o momento propício para exaltar a deusa que, segundo o culto, renasce a cada ano, exatamente nessa época, cada vez mais forte e poderosa em seu meio.
Durante três dias, os celebrantes plantam novas mudas de árvores na parte da floresta que foi desmatada como forma de reposição do reino da deusa. Ao anoitecer de cada dia, acontece uma grande festa com música e atrações artísticas. Durante a festa são servidas frutas, cereais, sementes, vinho e cerveja, normalmente doados pelos nobres da cidade à população.
Conta-se que, em Rapso, durante um desses festivais, um sátiro, espírito da natureza criado por Maira, apareceu numa das noites para celebrar a exaltação juntamente com os fiéis, que interpretaram isso como um sinal de apreciação da deusa à festa.

Adoração a Maira Mon (17º dia do mês do Conflito)

Grande festival idealizado pelos anões de Blur que tem como objetivo agradecer à deusa pelas extrações anuais de minério e a utilização das montanhas para construção de suas cidades subterrâneas.
A cada ano, é esculpida uma nova estátua em homenagem a deusa, sempre em um mineral diferente das anteriores, pelos mais habilidosos escultores da comunidade. Ao ser finalizada, a estátua percorre os principais pontos da cidade anã, juntamente com seus guardiões, bravos guerreiros anões mestres de armas. Ao final da jornada, a estátua é depositada no templo de Mon, localizada no ponto mais fundo do interior da montanha, juntamente com as outras. A partir de então, apenas os nobres da cidade passam a ter acesso ao templo, rigorosamente vigiado pelos guardiões, tendo em vista o valor monetário das estátuas e sua importância religiosa.

Adoração a Maira Vet (2º Dia do mês da Semente)

Celebrações criadas pelos humanos e posteriormente adotadas por outras raças. Trata-se da tentativa de equilibrar as homenagens às três facetas da Tríade, visto que apenas Maira Mon tinha um dia de celebração. As comemorações variam de região para região, e são festejadas em todos os templos de Maira.
No dia de Maira Vet, os sacerdotes costumam reunir seu rebanho nas proximidades de grandes e antigas árvores da região, onde são realizados sermões e orações, seguidos de um banquete fundamentalmente à base de vegetais, sinal direto de agradecimento à deusa e da dependência dos povos por suas criações.

Adoração a Maira Nil (20º Dia do mês da Sabedoria)

Celebração semelhante à de Maira Vet também criadas pelos humanos e posteriormente adotadas por outras raças, é a mesma tentativa de equilibrar as homenagens às três facetas da Tríade.
Neste dia de Maira Nil, menos comemorado que os outros dois, costuma-se ofertar alimento aos animais silvestres da região, como agradecimento pelas dádivas divinas.

Reinos onde a religião mais atua

Maira mantém um vasto número de seguidores por todo o mundo, desde os povos selvagens, elfos de Âmiem, até os gnomos de Gironde.
O aspecto de Mon é venerado nas comunidades de mineradores da Cordilheira de Sotopor, em Dantsem, e em Blur.
O aspecto de Vet é muito cultuado em Âmiem e nas aldeias nas bordas das florestas.
O aspecto de Nil é cultuado em comunidades criadoras de rebanhos ou que vivem da caça.
Influência das ordens na política dos reinos
Os sacerdotes de Maira têm grande influência dentro dos reinos, principalmente naqueles que se encontram menos dotados de recursos naturais. A busca de matérias-primas, de recursos vegetais e minerais é uma constante para o desenvolvimento dos reinos.

Nível de popularidade

Rainha e Mãe. É dessa forma que a população de Tagmar vê aquela que olha por todos com carinho e busca dar a todos o que precisam e necessitam. Mas sua influência vem decrescendo há alguns anos, principalmente nas nações beligerantes e naquelas que buscam o desenvolvimento e o progresso tecnológico a qualquer custo.

Religião

A religião prega o amor para com os animais, o respeito às florestas e aos vegetais de todos os tipos, e por fim o equilíbrio no uso dos minerais.
Como tudo na natureza é uma manifestação de Maira, todo o respeito deve ser dado a existência e ao equilíbrio em seu uso, sem esgotar os recursos naturais existentes.
É este equilíbrio na exploração dos recursos minerais que muitas vezes leva ao confronto com grandes senhores de terras.

Templo

Seus templos são simples e belos. Feitos em formato retangular com dois prédios de dois andares separados por um grande jardim.
Os prédios são usados para dormitório, biblioteca e salas de estudos dos sacerdotes que desenvolvem atividades nas comunidades com o objetivo de criar soluções para problemas de esgotamento da terra e de atividades extrativistas e predatórias.
No Jardim interno, que é cercado por grandes muros cobertos de trepadeiras, são celebradas as cerimônias de louvor à deusa. No centro do jardim, existem três grandes altares contendo um mineral, uma estátua de madeira de algum animal e uma pequena muda de planta.
O jardim interno ocupa em média cerca de 80% do terreno do templo. Mesmo nas cidades mais populosas a área verde é explorada ao máximo. Uma das características dos templos é não haver janelas que deem para fora, todas dão vista para o jardim interno.
Não é permitido que se entre calçando botas ou quaisquer tipo de calçados. Estes devem ser deixados na entrada e serão guardados em uma sala própria, sob a responsabilidade do sacerdote encarregado.

Vestimenta

Suas roupas são feitas de algodão trabalhado e de grande beleza. Tingidas em verde, com faixas transpassadas pelo tronco com o símbolo de Maira em frente ao peito.
Os iniciantes usam capuz que cobrem toda a cabeça, até serem considerados sacerdotes. Então, poderão ter a cabeça descoberta, simbolizando ter alcançado sua “visão”, a bênção de Maira.
Todos usam chinelos quando andam fora da área do templo, mas em seu interior andam descalços.

Locais sagrados

Os locais sagrados para a ordem são sempre as florestas, em especial as florestas milenares de Âmiem e de Lar, consideradas as obras primas de Maira.

Itens Sagrados

A ordem tem alguns itens que são considerados sagrados.
O Colar de Sementes: este colar feito de pequenas sementes de todas as árvores, frutíferas ou não, de Tagmar. Permite a seu portador entrar em contato direto com Maira através das orações ensinadas nos templos de sua ordem.
A Pedra de Mon: uma pedra de calcário com 25 centímetros de comprimento e com o símbolo de Mon. Ela tem a capacidade de revelar a seu portador os tesouros minerais escondidos na terra.

Doutrinas do culto

  • Paz aos filhos dos deuses;
  • Amor aos animais e vegetais;
  • Busca do equilíbrio da vida e da natureza;
  • Combate veemente às forças maléficas, demoníacas e que desarmonizam a natureza.


    Verbetes que fazem referência

    Livro dos Deuses

    Verbetes relacionados

    Blator | Cambu | Crezir | Crizagom | Cruine | Ganis | Lena | Liris | Maira | Palier | Parom | Plandis | Quiris | Selimom | Sevides | Prólogo | Epílogo
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