Aqui estará o texto retirado do livro de introdução da ambientação, aguardando para ser incorporado ao livro da região de Os Reinos .
Terceiro Ciclo, ou “Tempo das Mentiras Infernais”
Introdução
Após o Cataclismo, seguiu-se uma época de grandes migrações. A maioria dos sobreviventes percorreu o mundo em busca de um novo lar. Essas migrações de grandes massas, de diferentes raças, culturas e pensamentos, porém língua e religião semelhantes, deram origem aos reinos que foram os embriões das nações atuais. Essa época, infelizmente, também é marcada pela revelação demoníaca. Os príncipes infernais cravariam suas garras muito fundo em Tagmar. Deixariam feridas que talvez nunca se fecharão.
Quando os sobreviventes do Cataclismo reestabeleceram seus lares e tentaram voltar à rotina perdida, nasceu a Seita. Um culto pagão que reverencia as criaturas infernais e prega uma versão demoníaca da criação de Tagmar, executada por demônios e não pelos deuses.
Naqueles dias de escuridão Tagmar esteve bem próximo de uma completa dominação infernal. A Seita se espalhou como uma praga. A cada batalha maior era o número de adeptos e maior era a presença infernal no continente. Algumas regiões, hoje pertencentes a países ricos (como Marana) chegaram a ser completamente subjugadas pelas legiões de demônios.
Foi graças ao surgimento de um poderoso líder que a esperança retornou aos corações. O homem conhecido como O Mais Sábio guiou os exércitos, uniu os povos e comandou a vitória sobre os príncipes infernais. Durante os 57 anos vividos à sua sombra quase todas as fronteiras políticas foram extintas. Países como Plana e Verrogar deixaram de existir durante esse tempo. Outros, como a Moldânia, desapareceram para dar origem a novos reinos. Essa época ficou conhecida pelos historiadores como o Período da União.
Tal equilíbrio, no entanto, chegou ao fim junto com os últimos suspiros do Mais Sábio. Depois de sua morte seguiu-se dois anos de guerras e discussões e, por fim, a União esfacelou-se dando origem a novos reinos e reerguendo fronteiras e rixas políticas.
O Terceiro Ciclo também é referenciado pelo fim da influência élfica e anã sobre o Mundo Conhecido e pela consequente ascensão das nações humanas. Os elfos e anões buscaram a reclusão, os humanos a expansão. A animosidade entre as diferentes raças cresceu e é motivo de preocupação em muitos locais.
Embora Tagmar, no presente, desfrute de relativa paz e estabilidade, alguns estudiosos afirmam que a aparente vitória sobre a Seita não passa de uma mentira. De fato, muitos aguardam, com grande apreensão, o ressurgimento das hortes demoníacas. Além disso, desavenças políticas, ganância e orgulho tem culminado em guerras e invasões em várias partes do mundo. Assim, pode-se dizer que Tagmar caminha sobre um fio tenso e frágil prestes a partir-se num abismo negro e profundo.
Donatar, outono de 1500 D.C.
Kerdal Güindram
O Império dos Moldas“De onde vieram os Moldas?” Essa é uma pergunta que ainda não foi totalmente respondida. Mesmo depois de minuciosas pesquisas feitas em Saravossa, sobre o Tempo das Migrações. Sabe-se que eles chegaram ao grande Vale do Frefo (atual Calco) cerca de duzentos anos após o Cataclismo. Contudo, o que forçou-os a ir para o norte e qual a conexão dos moldas com os povos antigos de Tagmar são elementos nebulosos e desconhecidos. Porém, o período de assentamento molda e o crescimento de sua força, com o subsequente nascimento do reino da Moldânia, são muito estudados. O fruto deste estudo foi condensado no tomo “Os Moldas”, e pode ser encontrado nas principais bibliotecas do Mundo Conhecido.
Eram cerca de trinta as primeiras tribos moldas que chegaram ao vale do Frefo. Comandadas por sacerdotes e guerreiros poderosos. O mais provável é que fossem refugiados de algum império caído. Esse povo possuía conhecimentos elevados para a época. Táticas militares e técnicas de forjaria bastante avançadas. Foram esses conhecimentos que os ajudaram a sobreviver no maléfico Vale do Frefo. Aquela era uma região dominada por toda sorte de monstros. Os orcos possuíam dezenas de acampamentos nas montanhas e colinas próximas. Eram governados por um poderoso tirano orco chamado Korumba, o ceifador de elfos.
Korumba governava seu povo monstruoso a partir das profundezas da fortaleza de Saravos, “a pedra do norte”, em élfico. O lugar havia sido conquistado de um grupo de elfos que defendiam a região bucólica do rio. Sucumbiram, porém, aos ataques dos orcos e perderam a fortaleza de pedra e madeira nobre. Saravos se tornou o covil de monstros e feras que fizeram dela o ponto de partida da sua expansão no Vale do Frefo.
Quando os moldas chegaram à região, ela já estava controlada por Korumba e seus seguidores. Após vários conflitos, o povo humano se refugiou ao leste (onde hoje é Conti), à beira do Lago Denégrio. Fundaram a sua primeira cidade, Moldazi, que significa “dos Moldas”. Aí cresceram e prosperaram, apesar de avizinhados pelo maléfico Korumba, que com o passar dos anos também expandiu seu território.
Durante esse período houve a comunhão com outras raças, exiladas do outrora pacífico vale. Anões, pequeninos e elfos aproximaram-se dos moldas, instalando-se perto de Moldazi. Essa troca de experiências e conhecimento foi essencial para os molda. Apesar da tradição guerreira deste povo, os moldas não temeram o estudo da magia. Assim eles assimilaram as artes arcanas no seu dia a dia. A magia era uma poderosa aliada na defesa das terras constantemente ameaçadas de invasão.
Com o passar dos anos Moldazi ficou conhecida como “O Refúgio” e passou várias décadas fechada em suas muralhas, construídas pelos mais experientes artesãos anões. Naqueles dias, por volta de 300 DC, no berço de uma família nobre, nasceu Sivom. O jovem foi criado sobre a influência do tio Bazva, que era poderoso guerreiro, e de sua tia, Anaes, descendente de meios-elfos e sacerdotisa de Selimom. Desde muito pequeno foi uma figura de grande carisma e futuro traçado.
Sivom estava convencido de que o isolamento de Moldazi no Lago Denégrio e a crescente expansão dos monstros no Frefo levariam o povo Molda a morte. Ele decidiu agir. Sua crença de que aquele povo estava destinado a combater para expandir e pacificar para sobreviver, atraiu a atenção dos sacerdotes de Blator e Selimom. Os seguidores desses deuses, ambos muito populares entre os Moldas, seguiram Sivom e lhe deram o título de Chefe de Guerra dos Moldas. Então iniciaram os planos de ataque ao vale do Frefo e de conquista de Saravos. Naquela época a espada de Sivom: Sagae a pacificadora, foi forjada pelos anões e incrustada com gemas mágicas dos elfos do norte.
Os moldas uniram-se a outras raças e iniciaram a campanha. Os anos de guerra seguintes levaram os moldas, abençoados por Blator, a conquistar grandes porções de terra e obrigar o recuo dos monstros em direção a Saravos. A região conquistada pelos molda e seus aliados foi batizada de Sivonti, ou “Terra de Sivon”. Mais tarde ela seria conhecida como Conti (pois o nome fora corrompido com o tempo). Iniciou-se por volta de 340 DC, a construção de Muli, porto que daria à aliança uma oportunidade de realizar por mar o ataque definitivo a Saravos. Utilizando a lingolie, madeira de lei resistente e adaptada ao clima quente da região centro-norte de Sivonti, os moldas construíram navios de guerra leves e velozes. Para a confecção das velas utilizaram-se do pelo fino e resistente do dozecórneo, espécie de ovelha existente na região e que tem doze pequenos chifres.
A aliança atacou em duas frentes. Ao sul com batedores pequeninos e anões. E no norte, com a frota marítima comandada por Sivom e os nobres elfos. O cerco durou cinco anos. Finalmente os guerreiros moldas tomaram a Fortaleza Saravos. Sivom lutou pessoalmente contra Korumba, e cortou-lhe a cabeça com sua Sagae. A longevidade do líder dos orcos, que dominou a região por quase duzentos anos, nunca foi explicada. Muitos acreditam que o estranho rei orco era, na realidade, um demônio ou criatura de poder equivalente.
Sagasta, o Trono da Aliança
Os elfos então se retiraram para florestas perto do Frefo e para Lirati, um vale no interior da grande floresta de Melgundi, ao Sul de Sivonti. Os Anões aceitaram cavar as rochas das montanhas centrais de Sivonti, em troca de autonomia e comércio. Só os pequeninos inicialmente não aceitaram nenhuma faixa de terra, preferindo viver em regiões próximas ao Frefo ou aos humanos, no entanto, bem mais tarde, acabaram fundando a cidade de Abrasil.
Das ruínas de Saravos nasceu Saravossa, a grandiosa capital dos moldas. No seu centro foram construídos os Jardins de Selimom, um grande bosque central com ligações para o palácio real, e as três principais edificações da cidade: os templos de Selimom, Blator e Palier.
Sivom assumiu, na necessidade de um homem forte que representasse a nascente união no norte, o trono de Saravossa: a Sagasta (conhecida como o Trono da Aliança). Contudo, o reinado de Sivom não se prolongou. Após apenas seis anos no trono, em 351 DC, faleceu o grande líder dos moldas. Seus restos mortais foram sepultados sob os pés da Sagasta. Após sua morte houve um de grandes conflitos e dispustas sobre quem deveria suceder no trono do novo reino da Moldânia. Após dois anos o jovem filho de Sivom, Calco, foi apresentado pelas Igrejas de Selimom e Palier como sucessor do pai. A Igreja de Blator era contra, e por sua vez apoiava Balga, filho de Bazva e primo de Sivom. Porém, o povo aclamou Calco, herdeiro direto de Sivom, e os seguidores de Balga foram para Moldazi, na região sul de Sivonti. Esse conflito ficou conhecido como a Quebra da Aliança, e traçou os rumos do Império da Moldânia.
Os seguidores do jovem Calco, educado por elfos nas artes arcanas e guerreiras, registrariam os seus ensinamentos e criariam a Escola Filosófica de Calco. No outro extremo do império os seguidores de Balga elencaram os conceitos da Escola da Guerra, cujo principal centro foi estabelecido em Moldazi. Essas escolas, diferentes dos colégios e academias modernas de artes mágicas, eram dirigidas por princípios filosóficos e políticos, principalmente no que se referia ao governo da nação.
O Reino da Moldânia
De 353 a 391 DC, Calco governou com sabedoria e justiça. Sedimentou as bases do que seria o atual reino de Calco. Iniciou um forte processo de colonização no Frefo, nas costas do reino e na região centro-norte de Sivonti. Continuou a construção de Saravossa, criando o primeiro espaço fechado para estudos sobre magia. E também estreitou laços com os povos ocidentais do Frefo, que em sua maioria eram agrupamentos de moldas que não se envolveram nas guerras contra Korumba, nem se submeteram à liderança de Sivom. Esses povos, agrupados em pequenas cidades costeiras ou na margem leste do Frefo, foram convencidos por Calco de que a união dos seus esforços com o emergente reino da Moldânia contribuiria para a prosperidade da região. Nasceu assim em 342 DC, nas planícies a oeste do Frefo, a União das Planícies, popularmente chamada de Plana. Essa região, durante a primeira dinastia, sempre foi fortemente autônoma. Possuía seu próprio exército e decidia seus rumos sozinha.
Em 389 DC, durante expedições em Sivonti, Calco contraiu uma doença de origem mística. Apesar de todos os esforços e da grande força de vontade do monarca ele faleceu em 391 DC, após dois anos de muito sofrimento e resistência. O trono foi ocupado por Saverios, seu filho meio-elfo. Isto provocou furiosa indignação da Escola de Guerra, em Moldazi. Uma divisão no reino não ocorreu por força do velho Balga, que prestigiava os elfos e sua honrada participação na guerra de fundação da Moldânia. Com a coroação de Saverios teve início um período de 170 anos, conhecido como a Primeira Dinastia. Durante o qual os descendentes diretos de Sivom governaram a Moldânia.
Esse período é conhecido pela relativa paz em que viveu a Moldânia. Sem inimigos diretos e com o crescimento da sua população e da economia o reino viveu dias de grande prosperidade. Porém, sob a influência das escolas de guerra e da igreja de Blator os reis foram convencidos da necessidade de se armar e desconfiar da paz. Lentamente a Moldânia iniciou um processo de militarização e investiu em pesquisas e treinamento de guerra nas escolas místicas. A Igreja de Selimom manteve-se contra a política armamentista. Por outro lado a Igreja de Palier havia aceitado os argumentos dos sacerdotes de Blator, em Moldazi. Estes apregoavam que se o reino não expandisse suas fronteiras os alimentos se tornariam escassos, a população passaria fome e o reino seria enfraquecido.
Durante a Primeira Dinastia ocorreram contatos com outros reinos e povos da região: o Império da Levânia e o reino ancestral de Abadom (em 420 DC), os povos de Runa (em 423 DC), as tribos que viviam na região da atual Filanti (em 424 DC), os habitantes das regiões áridas das Cidades-Estados (em 426 DC) e os Verrogaris (em 432 DC). Os descendentes de Sivom tentaram seguir o exemplo de Calco, buscando o diálogo entre os povos e invocando as benesses da união com o Reino da Moldânia. O povo feiticeiro de Runa recusou a ajuda, não aceitando a submissão do Povo Antigo sobre o comando de Saravossa. Assim também fizeram os Leões-Rubros de Verrogar, desdenharam e desconfiaram das palavras dos Moldas. A região leste das cidades-estados e os povos que viviam na atual Filanti estreitaram fortes relações com a Moldânia. A Levânia, contudo, respondeu de forma agressiva às ofertas dos Moldas. Rejietaram qualquer laço de amizade e anunciaram a superioridade dos Levas. Os Abadrim se alinharam aos Levas, porém mantiveram-se sempre corteses com os moldas, na intenção de preservar seus tesouros e estudos ancestrais.
O fim da Primeira Dinastia deu-se em 561 DC. Neste ano morreu, aos vinte e cinco anos e sem deixar herdeiros, a rainha Tória, Guardiã do Frefo. Foi o início de um conflito histórico que marcou a Moldânia: a tomada da Sagasta, em 562 DC.
Na linha de sucessão o descendente que mais se aproximava de Sivom era Carom de Moldazi, representante direto na linhagem de Balga e primo direto do primeiro rei. Porém as Igrejas de Selimom e Palier defendiam Guindam, elfo e Regente de Lirati, primo de Calco. O conflito durou apenas um ano. Numa noite de outono, o exército púrpura de Moldazi entronizou Carom como novo rei da Moldânia.
A Moldânia ImperialA burocracia e o exército de Moldazi assumiram o controle de Saravossa. A partir daí a disputa entre a Escola Filosófica de Calco e a Escola de Guerra. A coroa era comprometida com a nobreza moldaziana e com a Igreja de Blator. Em poucos anos a Moldânia abraçou o caminho da guerra. Iniciou uma campanha militar de proporções gigantescas. E partiu para conquistar as terras férteis ao sul da Moldânia. Além disso, Carom confrontou os moldas da União das Planícies. Vitorioso, deslocou para ali parte de suas tropas e instituiu um governo militar. Criava, assim, o Marco de Plana, governado pessoalmente pelo sacerdote moldaziano da Igreja de Blator, o Marquês Urgos de Moldazi.
Em 567, Carom liderou as tropas rumo ao Leste do Denégrio e criou outra frente de batalha nas fronteiras com a Cidade de Runa, que controlava grande parte da região. A guerra contra Runa durou cerca de vinte anos, esfacelou o poder da Cidade-Estado e terminou com um acordo de paz. De acordo com tratado os Moldas integraram os territórios que atualmente são pertencentes a Azanti e Filanti. Essas regiões formariam o novo vice-reinado da Moldânia Inferior, governado por um Vice-Rei escolhido pela coroa.
O desfecho da campanha contra Runa desgastou a imagem de Carom e da Escola de Guerra. Isso provocou um adiamento dos planos de conflito contra o Império da Levânia. O importante para Carom, naquele momento, era restabelecer a influência da coroa sobre o povo e fortalecer os laços entre os territórios conquistados. Sobretudo, promovendo o fortalecimento da Moldânia Inferior.
A Segunda Dinastia, baseada nos postulados da Escola da Guerra, apropriou-se dos povos conquistados e instituiu (seguindo o exemplo de outros povos) a escravidão no território da Moldânia. Essa decisão desagradou a Escola Filosófica de Calco. Mesmo assim, foi bem recebida uma parte significativa da população dos moldas. Muitos foram servir ao exército crescente em busca dos benefícios oferecidos aos alistados. Ao passo que os povos nativos dos territórios anexados na Moldânia Inferior eram escravizados em Muli, Caleonir e Saravossa.
Carom, em cerimônia no Palácio Real, foi coroado pela Igreja de Blator, como Imperador da Grande Moldânia. A segunda dinastia e a fase imperial durou 320 anos. Muitas coisas aconteceram e naqueles dias o Mundo Conhecido foi assombrado por rumores vindos de terras distantes. Um nome era sussurrado entre os povos e mensagens divinas sobre um mal terrível começaram a se espalhar: a Seita.
Fim do Império e a Divisão da MoldâniaA segunda dinastia, comandada por Carom, manteve os olhos voltados para o interior das suas fronteiras. O povo era tratado com punho de ferro. A adoração ao Imperador e a Blator eram incentivadas e mesmo obrigatória em alguns locais. Escravidão, aumento dos tributos para sustentar o exército, o cerco a Virena e Lirati para controlar as populações não-humanas e a anexação dos territórios pertencentes a Runa, foram decisões que afrontaram as Igrejas de Palier e Selimom. Esta última decidiu retirar os seus sacerdotes de Saravossa e levá-los para tratar dos feridos de guerra na região anexada; a partir daí a Igreja de Selimom deslocou seu foco para o sul, deixando Saravossa nas mãos da Escola da Guerra. O cisma religioso em Saravossa, em 656 DC, fez com que a coroa perdesse o apoio de grande parte da população e iniciou um período de conflito aberto entre as Igrejas de Blator e Selimom.
A Igreja de Palier também resolveu agir. Associada aos jovens seguidores de Cambu e Crisagom, deuses de pouco destaque na época, incitaram uma revolta civil no Marco de Plana e nas terras ao sul de Sivonti, próximo a Lirati. Pretendiam com isso invocar a população contra a deificação do imperador e de seus seguidores da Escola da Guerra. No entanto, o imperador Carom IV descobriu os planos dessas Igrejas, conteve a revolta e, em 678 DC, baniu do território da Moldânia todos os sacerdotes das igrejas envolvidas. Os seguidores de Cambu fugiram para o Marco de Plana. Os de Palier abrigaram-se em Lirati e os de Crisagom na Moldânia Inferior.
Um dos maiores conflitos registrados na segunda Dinastia ocorreu quando o Imperador Carolino II decidiu transferir, em 830 DC, a capital da Província de Sivonti de Moldazi para Muli. Moldazianos que dominavam a burocracia de Saravossa foram contra e decidiram por um golpe de estado. O ato culminou com a coroação do príncipe Hermom, sacerdote de Blator.
Assim que assumiu o trono Hermom instituiu uma religião única no reino. Pretendia com isso desferir um poderoso golpes às religiões sulistas, onde os deuses Selimom, Palier e Crisagom eram cultuados. E, ao mesmo tempo, refrear o crescente poder de Ganis em Muli (data desta época a construção da Catedral dos Mares, maior templo de Ganis no mundo). Essa tentativa de banir as religiões fundadoras da nação, provocou a união dos moldas do sul e dos runas fiéis a estas igrejas.
Filam de Chats, guerreiro devoto de Crisagom, com o apoio de seguidores de Blator contrários a política de Hermom e juntamente com Guindam de Lirati, ligado a Palier, encabeçaram uma grande revolta no sul. Filam declarou o fim do Vice-reinado da Moldânia Inferior e estabeleceu um novo reino. Os líderes Moldazi e a Côrte em Saravossa não reconheceram a autoridade de Filam e enviaram suas tropas para o sul numa tentativa de conter os insurgentes. Mas na época, motivados pelos acontecimentos no sul, explodiram revoltas em Plana e Muli, turbas de revoltosos tomaram as ruas e as duas regiões se declararam independentes.
O império então reuniu a maior armada de sua história e os magos ligados a Escola de Guerra invocaram criaturas tenebrosas para suas fileiras. Iniciou-se uma guerra terrível que durou 50 anos. O resultado foi o esfacelamento do Império da Moldânia. A Moldânia Superior ficou com o seu território original, sendo Plana oficialmente desligada do Império. A Moldânia Inferior foi aceita como reino independente, e a cidade de Moldazi, na beira do Denégrio, foi completamente destruída esse foi o fim da segunda dinastia.
A Terceira Dinastia
Muito próxima da Escola Filosófica de Calco e afastada das religiões em geral, a terceira dinastia inicia o processo de reconstrução da Moldânia. Alvór I, sábio e mago estudioso, assumiu o trono com o apoio da maioria da população que, cansada da guerra se fechou em suas fronteiras ao norte. Esse período vai até a Unificação é conhecido pelo isolacionismo da Moldânia Superior e pelo crescente poder do reino do sul. A Igreja de Palier retornou, gloriosa, à Saravossa. Os seguidores de Selimom prometeram reconstruir o sul, devastado pela guerra, e assumiram papel importante no governo da Moldânia Inferior.
Filam declarou Chats a capital do novo reino e criou a poderosa Mesa de Prata. Um grupo de cavaleiros que governariam os feudos, vilas e cidades junto ao monarca. Esses homens eram unidos por um código de ética pétreo pelo qual juravam defender a monarquia, a justiça e a paz. Um tratado de paz com Verrogar foi assinado em 885 DC e o nascimento de Luna, em 890 DC, reconhecido.
Foi um período de grande prosperidade para o Sul, que sob o governo de Filam durante 58 anos, alçou à condição de potência emergente. Com a morte do rei, em 940 DC, seu filho Fétor I mudou o nome do reino para Filanti, em homenagem ao herói da independência. Cinqüenta anos mais tarde, seu neto, Celto I, iniciou um processo que criaria uma identidade nacional para Filanti. Casou-se com uma nobre de Runa (buscando a simpatia dos runas que já viviam ali muito antes da dominação molda). Por conta desse ato, Aza, seu primo e Comandante da Mesa de Prata, adepto de causas como a nobreza do espírito, a feitiçaria como uma força corruptora e da guerra como instituidora da paz, retirou seu apoio ao rei. Como resposta, a Igreja de Blator, que nunca concordou com suas idéias segregacionistas, exigiu que Aza abandonasse seu alto-posto na Mesa de Prata. O carisma do primo do rei era, porém, muito mais forte que a palavra da Igreja. Muitos membros da Mesa de Prata abandonaram seu posto e seguiram Aza para o norte, onde ele pretendia fundar um estado baseado em suas idéias de pureza étnica, disciplina e grandeza de espírito.
Com a dissolução de sua elite militar Filanti, começou imediatamente a recrutar novos soldados. Celto I não reconheceu a criação, por seu primo, da cidade de Zanta e declarou guerra contra Aza, a quem acusava de traição. Depois de longos e sangrentos conflitos, Filanti acabou por ser derrotada, sendo obrigada a reconhecer o nascimento e a independência do Reino de Azanti. Com o reino destroçado, a igreja de Selimom passou a ter ainda mais influência. Celto I criou então, juntamente com a nobreza, os “Cavaleiros Brancos”, que possuíam como missão defender a integridade física e moral do Reino. Isso deu início a um longo período de paz e prosperidade para Filanti.
Os dois braços da antiga Grande Moldânia, a Moldânia Superior e Filanti-Azanti cresceriam separados e manteriam pouco contato durante longos anos, só restabelecendo laços de amizade durante o aumento de influência dos Bankdis, os mensageiros dos demônios.
O Surgimento da Seita e a Queda da HumanidadeA Levânia já era um grandioso império muito antes da chegada dos moldas ao Frefo. Durante anos, os levas se estabeleceram nas regiões férteis que ficavam perto dos rios Brual e Aurim, nas savanas próximas ao deserto de Blirga, ou em oásis e regiões costeiras. Os levas eram o maior agrupamento humano durante o Tempo das Migrações, contando quase o dobro dos moldas. Estabeleceram-se na região e a denominaram Levânia, em 180 DC, lutando contra nômades, monstros, elfos e anões, dominaram o deserto e as regiões próximas. Ali criaram cidades-estados e assinaram acordos de paz entre os governantes do seu povo, que tinha laços culturais e de amizade muito fortes.
Sadom foi declarada a capital em comum acordo e o governante do reino, o sábio de um conselho de místicos e estudiosos da magia, o ancião-rei de toda a Levânia. Esse sistema funcionou pacificamente durante mais de um milênio, sendo respeitado por líderes de diferentes tendências religiosas e ideológicas. A sobrevivência dos levas no deserto e a defesa das regiões férteis do Brual e Aurim, dependiam do consenso e da irmandade entre todos.
Porém, em 1100 DC, o clã sulista conhecido como Bankdi, havia estabelecido, através de casamentos entre as côrtes de diferentes cidades, um poderoso controle e forta influência sobre a maior parte do território da Levânia – menos Sadom, governada pelo mesmo clã que fundou a cidade.
Aos bankdis, que dominavam a região do Aurim e controlavam grande parte da produção de alimentos do Império, interessava casar um de seus descendentes com a princesa-regente da cidade de Sadom. O ancião-rei Azaldim IV, com medo da dominação Bankdi sobre toda a Levânia, aconselhou ao rei de Sadom que casasse sua filha com o príncipe de Abadom, estado ao norte que sempre manteve uma postura amistosa em relação a Levânia. Os sadomianos não aprovavam essa união, mas tampouco queriam ver os Bankdis, conhecidos como ditadores sanguinários e cruéis, no controle de toda a Levânia; com isso a princesa se casou ao norte enquanto tropas se formavam na região do Aurim.
O líder dos bankdis, Alevos, retirou-se para o deserto de Blirga e lá orou para o deus da guerra e da fúria quando, dizem as lendas, uma tempestade de areia o levou a região do Campo Branco, o deserto de ossos no centro de Blirga. Lá, perseguido por uma voz em sua mente, passou duas semanas desaparecido, quando então, nas margens do Aurim, surgiu garantindo a vitória dos Bankdis. A conquista da Levânia não poderia ser garantida sem a conquista de Sadom, a maior das cidades do Império. A guerra durou longos 30 anos e Alevos passou o seu misterioso segredo para Ras’Zoul, seu filho. O poderoso mago iniciou novamente o ataque a Sadom, liderando as tropas fieis aos bankdis, porém as defesas da cidade resistiam no norte da Levânia. Ras’Zoul desapareceu e o furor das suas tropas desvaneceu. Os exércitos de Sadom começaram a recuperar suas forças e expulsavam os Bankdi para o sul. Três meses depois Ras’Zoul retornou a Sadom com uma tropa de monstros e feras das montanhas. Com reforço inesperado e os ânimos restabelecidos, os bankdi logo conquistam Sadom. Era o ano de 1135 DC quando a ditadura bankdi foi instalada na Levânia.
Ras’Zoul se tornou o Imperador e os bankdis formaram uma grande tropa de elite, o clã central. Muitos anões e humanos fugiram para o norte nesta época. Feras, bestas, monstros e inúmeros acampamentos orcos foram se espalharam pela Levânia. Grande parte do povo foi escravizado ou alistado no exército, que num momento tornou-se o maior do Mundo Conhecido.
Em 1140 DC, Ras’Zoul convocou os cerca de vinte mil levas ligados ao clã dos bankdis para assinarem em conjunto o Pacto dos Bankdis. Por este tratado entregavam suas almas ao poder que os levou a vitória contra Sadom. Esses homens e mulheres ganharam poderes grandiosos e riquezas imensas, mas aos poucos perderam sua vitalidade e muitos se transformaram em carcaças sem vontade. Controlados pelos desejos malignos de um poder oculto.
Iniciou-se o expurgo das poderosas divindades da Levânia. Centenas de sacerdotes foram queimados vivos nas praças das maiores cidades. Os bankdis rejeitaram os deuses que trouxeram o Cataclismo e declararam guerra contra a religião dos deuses “dominadores”. Ensinaram que todos os homens possuem um grau de divindade. Que os deuses não desejam ver esse poder ser despertado . Assim surgiu a Seita e, no final de 1140 DC, já era numeroso o número de seguidores dentro da Levânia. Ras’Zoul convocou os seus mais fiéis oradores, trovadores e conselheiros, todos convertidos às palavras obscuras da nova Seita. Os conselheiros bankdis seriam os responsáveis por desestabilizar as outras nações, causar a discórdia, levar a palavra da Seita e preparar a chegada das forças que se mantinham nas sombras.
Estes conselheiros se espalharam pelo Mundo Conhecido, do sul ao norte. Sua a missão era se aproximar de governantes e grupos de humanos ambiciosos. Os bankdis não se aproximaram de elfos, anões e pequeninos, nem de suas cidades, mas incitaram o ódio contra essas raças, às quais chamavam de inferiores. Ao sul, os bankdis controlavam exércitos de monstros e bárbaros vindos das Terras Selvagens. Iniciou um período conhecido como A Fúria do Sul. Quando as populações do que seriam Ludgrim e Eredra, foram surpreendidas por ferozes ataques e caíram vitimas da escravidão e da fome. Os bankdis, ardilosos e manipuladores, aproximaram-se dos humanos escravizados. Seduziram-nos e os convocaram a lutar contra os deuses que lhes haviam causado tamanho sofrimento. Em 1200 DC, os bankdis dominavam grande parte dos humanos sulistas.
Em 1220 DC, os bankdis haviam juntado todas as peças necessárias para seu maior e mais poderoso golpe. Com expedições ousadas no sul e em outras regiões, chegando mesmo a invadir a Floresta de mien, os bankdis reuniram os fragmentos da Pedra Negra. Esse poderoso artefato era necessário para a conjuração dos 13 Portões Antigos. Grandes portais que ligariam Tagmar a dimensões desconhecidas. Quando foram abertos deles surgiram milhares e milhares de seres demoníacos. Liderados por criaturas que se declararam os Senhores Infernais, os treze príncipes do Inferno.
Aproximando-se dos Leões-Rubros (Cavaleiros de Elite de Verrogar), os bankdis incitaram o seu expansionismo e exaltaram a “vocação imperial da nação”. Esse povo de valorosos guerreiros sempre esteve ocupado demais com suas guerras internas. Foram os bankdis que trouxeram as tribos verrogaris à unidade. Os bankdis elegeram um líder leal a eles e o declararam rei. Aconselharam uma guerra contra Filanti e os reinos orientais ligados aos runas: Marana, Luna e a própria Cidade-Estado de Runa. Enquanto os verrogaris guerreavam na região leste de Tagmar, o Império da Levânia invadia Abadom e cercava as desconhecidas Brumas de Dartel, impedindo a fuga dos povos pelas suas fronteiras. Assim, o Mundo Conhecido ficou sabendo das intenções da Levânia, e a Moldânia Superior e Filanti se uniram contra seus novos inimigos. Essa guerra durou 173 anos. Arrasou praticamente todas as nações. Mesmo as cidades-estados do norte, que foram cercadas pelos bankdis após Runa e Filanti estarem completamente dominadas pela Seita.
Este foi o período mais negro da história recente do mundo. A invasão demoníaca controlou quase toda Tagmar. Escravizou e se alimentou do medo das raças civilizadas. Os demônios se fortaleceram com o clima de ódio, medo e desespero que açoitavam os corações dos povos. Com a invasão, os demônios encontraram um povo fraco para explorar. Sem resistência moral para lutar contra o poder corruptor Tagmar ameaçava ruir completamente.
Os 13 Senhores do Inferno dividiram o mundo sob sua influência e massacraram os rebeldes, levando-os a periferia do mundo. Os bankdis formaram a corte dessas criaturas e o seu grupo de sacerdotes. Foi por isso que a palavra bankdi perdeu seu significado tribal para se tornar um sinônimo de adorador de demônios.
Resistência, as Terras da Antiga MoldâniaOs deuses foram afastados do mundo e uma grande noite caiu sobre toda Tagmar. As cinzas e névoas sulfurosas que saíam das cicatrizes do mundo manchavam o céu como uma nuvem sombria. Os 13 Senhores escravizaram os povos e construíram suas fortalezas. Expandiram e fortaleceram seus exércitos com monstros vindo do sul. Os Bankdis perdiam a lucidez, alienavam-se no seu culto maligno, tatuando símbolos infernais e cantando sobre a morte dos deuses.
Mas os deuses, não se deixaram abater por tamanha afronta e pela queda de sua influência sobre o mundo. As antigas tradições precisavam ser preservadas. No auge da invasão, as principais igrejas organizadas se reuniram em Saravossa para uma reunião nunca antes ocorrida. Era necessário deixar as diferenças de lado e iniciar uma reação contra o poder crescente dos demônios.
Plana, Moldânia Superior e Azanti, uniram-se em 1224 DC e formaram a Aliança dos Povos para defender as raças civilizadas e lutar por suas divindades criadoras. A região foi um baluarte de resistência contra o poder demoníaco. Assim passaram 170 anos, entre guerras localizadas nas fronteiras e muita destruição no resto do mundo. Porém, tudo mudou em 1390 DC.
Nesse período os 13 Senhores Infernais concordaram numa trégua, mediada pelos sacerdotes da Seita, com objetivo de destuir a Aliança ao norte. Último reduto das antigas tradições sobre toda Tagmar. Saravossa era, nesse tempo, governada pelo Rei Alvór XI. Ele tinha em seu conselho o grande sábio Malim. Este homem unificou os diversos idiomas de Tagmar em um novo alfabeto, mais simples, e que no futuro seria adotado como a escrita única. Também era um Homem Santo, guardião das Antigas Tradições e Supremo Líder da Aliança dos Povos. A sua morte era de suma importãncia para os bankdis.
Já se passavam 170 anos de privação e miséria. Muitos não acreditavam que a Aliança fosse sobreviver por muito tempo e os bankdis começaram a se infiltrar lentamente entre os humanos do Norte. O rei Alvor XI, apesar de leal a Malim e das sondagens mentais a que todos os líderes eram submetidos, foi corrompido. Teve início uma guerra civil no seio da Aliança. Malim começou a perder a lucidez e ter visões proféticas (dizem que eram mensagens dos Deuses). Por fim, o rei Alvór XI morreu em batalha contra hordas demoníacas em Filanti e a esperança foi se esvaiu. Com a queda de Filanti, Azanti e Plana pereceram sob o jugo dos 13 Senhores.
Com a morte do rei e o enfraquecimento da Moldânia, Malim e um grupo de poderosos heróis atravessam Plana em busca de abrigo e chegaram em Acordo. Porém, foram atacados pelos bankdis e estiveram em grande perigo.
Saravossa cercada, Muli corrompida, Caleonir incendiada e Chats controlada por exércitos orcos. Era o fim da Aliança dos Povos. Os 13 Senhores se prepararam para invadir pessoalmente a última cidade resistente. Na mais densa treva o brilho refulgente de uma figura solitária emanou uma aura de esperança e paz sobre o mundo: O Grande Sábio.
O Sábio deu inicio a sua jornada pela unificação dos povos e destruição da Seita. Aos poucos contactou e formou resistências. Reuniu Eredra, Ludgrim e mien que sobreviveram ao período negro. O Mais Sábio recebeu de Maira o cetro dourado e deu-o à rainha Enora de mien. De posse do cetro ela enfrentou e venceu o demônio Morrigalti. Os bankdis foram expulsos das florestas de mien.
Em 1403 DC aconteceu a Batalha dos Mil Mártires. Ali bravos heróis, inclusive o rei Juliam da Moldânia, perderam suas vidas em prol do resgate da Pedra Negra. Saravossa reanimada conseguiu repelir a invasão dos demônios. Os Leões-Rubros de Verrogar lutaram contra a Fortaleza Negra e os bankdis caíram na Levânia. Os demônios perderam força com a coragem e a esperança que retornavam ao coração dos povos. O Grande Sábio concebeu feitiços poderosos que baniram os 13 Senhores e milhares de seus servos de volta para o Inferno. Aos poucos, todos os reinos conseguiram reunir suas tropas aos exércitos da União. Os bankdis eram derrotados e as terras e domínios restabelecidos.
Os poucos bankdis sobreviventes desta época foram marcados com a Marca da Vergonha e caçados por todo o mundo. Os demônios e seus adoradores não mais assombravam Tagmar e o Grande Sábio restabeleceu a fé na Antiga Tradição e na Aliança dos Reinos. Alguns estudiosos se espantam com o fato de uma dominação tão duradoura por parte das criaturas infernais ter sido desmantelada por uma figura humana em apenas dois anos. Mas muitos afirmam apenas que o Grande Sábio era o enviado dos deuses, o preservador das tradições e defensor de todos os povos.
O Sábio concebeu em 1393 DC, a Unificação. Esse projeto ambicioso visava curar as feridas dos reinos, fortalecer as igrejas e ordens místicas, estreitar os laços de amizade entre as nações e impedir o retorno da Seita sobre o mundo. A Unificação não era apenas uma aliança cordial, como fora a Aliança dos Povos. Era uma união política entre todos os reinos. Regionalmente teriam certa autonomia, mas seriam efetivamente governados por representantes enviados a Saravossa. A Unificação durou 57 anos, período em que o Sábio esteve no Mundo Conhecido. Em 1449 DC, com a morte do mentor e principal arquiteto da Unificação, o projeto perdeu sua força. Um a um, os reinos foram se desligando de Saravossa e retomando autonomia. A figura do grande Sábio não mais existia para manter todos os povos sob uma única bandeira. Apesar disso, o perigo da Seita parecia superado, o comércio se tornou forte e Tagmar caminhava a passos largos rumo a uma era de paz e prosperidade.